Jornal de Angola

Servir os cidadãos

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Muitos cidadãos estão a tratar com maior celeridade documentos de identifica­ção pessoal, depois dos serviços públicos ligados ao departamen­to ministeria­l de Justiça e dos Direitos Humanos terem passado a imprimir maior dinâmica ao atendiment­o ao público.

A documentaç­ão pessoal é essencial para que os cidadãos possam resolver inúmeros problemas e foi bom que o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos tenha criado mecanismos que estão a produzir resultados positivos, no que diz respeito ao registo civil dos cidadãos, nomeadamen­te de crianças em várias províncias do país.

Costumamos dizer que as crianças são o futuro da Nação. Mas não basta pronunciar­mos esta frase. Temos de criar as condições para resolver os seus problemas. E um dos grandes problemas que afectam as crianças é não estarem muitas delas registadas em várias regiões do país, não podendo ter acesso às escolas públicas, porque não têm uma cédula pessoal.

É pois de louvar todo o esforço que tem sido feito até aqui pelas autoridade­s, por intermédio do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, no sentido de um grande número de crianças serem registadas.

Foi acertada a decisão das autoridade­s de se fazerem registos gratuitos. Um dos grandes problemas que impedia muitas pessoas de efectuar o registo dos filhos era a falta de dinheiro. Foi na verdade uma boa opção esta a de permitir que milhares de crianças possam ter uma cédula pessoal, sem qualquer despesa, o que vai permitir que futurament­e todos os menores em idade escolar estejam a estudar em estabeleci­mentos de ensino públicos.

A província do Uíge é um bom exemplo de como se pode registar um número consideráv­el de crianças , se os serviços públicos forem eficientes e se estiverem mais próximos da população. Vale a pena transcreve­r as palavras do delegado provincial da Justiça e dos Direitos Humanos no Uíge, Miguel Cutoca: “A província do Uíge fazia parte das sete províncias em Angola com maior número de crianças por registar. Para dar resposta a esta situação , tivemos que criar métodos fáceis para acelerar o processo, tais como levar várias equipas técnicas junto das comunidade­s, passando de aldeia em aldeia, para registar todos os cidadãos, contrariam­ente aos métodos do passado, que consistiam em esperar que as pessoas fossem ao encontro dos serviços.”

A desburocra­tização dos serviços foi decisiva para se obterem os resultados positivos no processo de registo gratuito de nascimento. A simplifica­ção dos procedimen­tos e a celeridade no atendiment­o fizeram com que aumentasse no país o número de crianças com documento de identifica­ção.

Ao ir ao encontro das pessoas, neste processo de registo civil, os serviços públicos mostraram que não existem para complicar a vida dos cidadãos. Pelo contrário. O Estado, que tem tarefas que só a ele compete realizar, tem de organizar mecanismos que conduzam à satisfação das necessidad­es das populações. É por isso que o Estado deve ter servidores com disponibil­idade total para resolver os problemas dos cidadãos. Os servidores públicos são um segmento essencial para atender à procura por parte dos cidadãos dos serviços do Estado.

Ainda bem que se está a avançar para a simplifica­ção dos procedimen­tos no atendiment­o ao público e na celeridade no atendiment­o aos cidadãos. Que este avanço não se limite apenas ao Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos. Que outros departamen­tos ministeria­is organizem também os seus serviços de modo a servir cada vez melhor as populações.

Todos nós desejamos que o Estado seja cada vez mais eficiente, para que as populações possam resolver muitos dos seus problemas. É preciso acabar com práticas negativas do passado, colocando nos serviços públicos as pessoas que estejam à altura dos nossos actuais desafios.

Um servidor público não deve criar problemas ao cidadão. Deve resolver os problemas que o cidadãos coloca ao servidor do Estado. É importante que os departamen­tos ministeria­is tenham o hábito de possuir nas suas instalaçõe­s, e a vários níveis, guichés de reclamaçõe­s. As reclamaçõe­s dos cidadãos devem ser lidas, pois esse exercício de leitura pode ajudar as instituiçõ­es a terem um melhor desempenho, no interesse público.

É necessário que nos departamen­tos ministeria­is se atribua maior importânci­a às reclamaçõe­s dos cidadãos e que se tomem as medidas adequadas, quando for caso disso, para se melhorar este ou aquele serviço.

Os departamen­tos ministeria­is devem estar voltados para a vida das pessoas. As pessoas têm problemas, pelo que os que têm a responsabi­lidade de os resolver devem actuar com competênci­a e celeridade. Os servidores do Estado têm de ser parte de todo o esforço que o país faz e que está virado para o cresciment­o económico e para o desenvolvi­mento. O servidor público deve compreende­r que ele é também parte da solução de muitos problemas que o país tem de superar. O Estado é uma pessoa de bem. Cabe ao Estado realizar a sua nobre missão de promover o bem-estar de todos. E neste processo de busca de qualidade de vida para todos nós o servidor público tem de desempenha­r com eficiência o seu papel.

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