Comissão Eleitoral supervisiona registo
Condições técnicas e humanas criadas para os actos de fiscalização do processo
A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) inicia, no próximo dia 3 de Outubro, a supervisão do processo de registo eleitoral, garantiu ontem a porta-voz da instituição, Júlia Ferreira. Na terça-feira, os membros da CNE participaram, em Luanda, num seminário sobre supervisão dos actos do registo eleitoral. O presidente da CNE, Silva Neto, lembrou aos membros do órgão que realiza as eleições que têm de executar as suas actividades despidos de qualquer compromisso político partidário.
A Comissão Nacional Eleitoral inicia, no dia 3 de Outubro, a supervisão do registo eleitoral, garantiu a porta-voz da instituição, Júlia Ferreira. Na terça-feira, os membros participaram, em Luanda, num seminário sobre supervisão dos actos do registo eleitoral.
O presidente da Comissão Nacional Eleitoral, Silva Neto, afirmou que, como membros do órgão que realiza as eleições, têm de executar as suas actividades, despidos de qualquer compromisso político partidário, equidistante, imparcial e independente, aplicando com rigor e lisura as normas legais que regem os processos eleitorais no nosso país.
Mobilização da população
O primeiro secretário da UNITA no Bié, Adérito Candambo, afirmou ontem na cidade do Cuito que o partido intensificou as acções de mobilização junto da população para afluir aos postos de actualização do registo eleitoral.
Em declarações à Angop, o político disse que a UNITA começou a realizar campanhas porta-a-porta, essencialmente nos bairros da cidade do Cuito, com vista a estimular os cidadãos para o registo eleitoral. Informou que actividades do género vão ser estendidas aos municípios do Andulo, Cuito, Chinguar, Cunhinga, Chitembo, Nhârea, Camacupa, Cuemba e Catabola.
Adérito Candambo declarou que a UNITA tem envolvidos no processo 40 elementos para fiscalizar o processo de actualização do registo eleitoral. Na última terça-feira, a direcção da UNITA convocou a imprensa para supostas irregularidades registadas nos primeiros 15 dias do processo. Entre as supostas irregularidades apontadas pelo secretário da presidência da UNITA para os Assuntos Eleitorais, Vitorino Nhany, destacam-se a proibição de actualização aos eleitores que não se façam acompanhar dos respectivos bilhetes de identidade, a movimentação e fixação de brigadistas em localidades não declaradas no mapeamento, bem como a realização de pausas intermitentes feitas por brigadistas, aproveitando fazer outros registos fora da brigada em serviço.
A não inclusão, no mapeamento, de áreas populosas em certas províncias como o Cuanza Sul (comuna de Kissongo, município de Calulo, e Lonhe no município de Kibala), Cuando Cubango, Bié e Luanda (mais concretamente nos municípios do Cazenga, Viana e Cacuaco), bem como a suposta existência de registos múltiplos são outras das irregularidades que a UNITA diz estar a assistir no processo de actualização do registo eleitoral.
Efectivos da Polícia
No município do Andulo, a 130 quilómetros a norte da cidade do Cuito, província do Bié, mais de 100 efectivos do comando municipal actualizaram ontem o seu registo eleitoral. De acordo com o responsável dos registos no município do Andulo, Gerónimo Chivala, além dos efectivos da Polícia Nacional, o processo já abrangeu os funcionários da administração municipal, dos sectores da Saúde e Educação, da Justiça e das Finanças, bem como as autoridades tradicionais. Funcionários do Ministério do Interior, em Luanda, efectuaram quarta-feira a actualização dos seus dados eleitorais. Na ocasião, o ministro Ângelo da Veiga Tavares reafirmou estarem garantidas as condições de segurança das fases do processo de registo eleitoral para a realização de eleições gerais tranquilas em 2017.
O ministro do Interior sublinhou que os membros do seu pelouro têm neste processo a responsabilidade de fazer o registo como cidadãos eleitores e assegurar que tudo decorra com toda a tranquilidade e segurança. Ângelo Tavares pediu aos agentes políticos para agirem com serenidade e responsabilidade na avaliação do processo em curso, porque é interesse de todos que as eleições gerais decorram em paz e tranquilidade.
Processo no Cacolo
A população do município de Cacolo, a 145 quilómetros a Este da cidade capital da província da Lunda Sul (Saurimo), foi incentivada segunda-feira, pela governadora Cândida Narciso, a aderir em massa aos postos de actualização do registo eleitoral, por se tratar de um acto de cidadania e patriotismo.
Cândida Narciso fez este apelo depois de ter efectuado uma visita aos postos de actualização do registo eleitoral na referida circunscrição, tendo exortado as autoridades tradicionais no sentido de contribuírem para o êxito do processo.
“É preciso que as autoridades tradicionais, as igrejas, organizações juvenis, partidárias e outras continuem a sensibilizar e mobilizar as pessoas a aderirem aos postos de actualização do registo eleitoral para que, em 2017, possam estar habilitadas a votar e escolher os futuros dirigentes do país”, defendeu.
Lembrou que as eleições são um acto onde cada cidadão escolhe livremente os seus dirigentes, daí a necessidade da participação e adesão de todos enquanto cidadãos nacionais. Na mesma ocasião, a governadora apelou à população de Cacolo para a necessidade do reforço do espírito de tolerância, no sentido de contribuir para o desenvolvimento harmonioso e consolidação da paz em Angola.
O município de Cacolo conta com 30.525 habitantes, segundo dados do Recenseamento Geral da População e Habitação, realizado em Maio de 2014.