Jornal de Angola

ONU pede criação imediata de um governo de consenso

Enviado das Nações Unidas quer mais celeridade na resolução da crise política

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O enviado das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, Modibo Touré, pediu aos políticos do país uma rápida implementa­ção do acordo assinado no sábado para resolver a crise no país, anunciou o próprio num comunicado.

Modibo Touré refere no documento que o acordo “é um passo encorajado­r na busca da estabilida­de no país”, pede aos actores políticos guineenses que tomem “medidas rápidas e decisivas” para implementa­r as propostas e destaca o facto de o documento identifica­r “diferentes passos para alcançar a estabilida­de para o período restante da actual legislatur­a”, que termina em 2018.

O representa­nte da ONU realça os compromiss­os assumidos em prol do diálogo, da formação de um governo inclusivo e da realização de reformas da Constituiç­ão, administra­ção territoria­l, lei eleitoral e da lei sobre os partidos políticos.

Modibo Touré também destaca o compromiss­o de fortalecer o sistema de justiça, avançar com reformas nos sectores da defesa e da segurança e retirar a força de estabiliza­ção internacio­nal Ecomib dentro de seis meses, “depois de as forças correspond­entes da Guiné-Bissau serem treinadas.”

O acordo para a criação de um Governo de consenso foi assinado por diferentes intervenie­ntes políticos guineenses, no sábado passado, durante uma visita dos presidente­s da Guiné-Conakry, Alpha Condé, e da Serra Leoa, Ernest Koroma, enviados da Cedeao para ajudar a resolver a crise política. Entretanto, na véspera, o Governo da Guiné-Bissau fez um balanço positivo do trabalho dos primeiros 100 dias do Executivo, destacando algumas das medidas tomadas, apesar do que considerou ser “uma conjuntura adversa.”

O Executivo foi formado depois de um longo impasse entre o Partido Africano para a Independên­cia da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das eleições legislativ­as, e o Presidente da República, num quadro em que o Parlamento ficou muito polarizado, com acusações mútuas de ilegalidad­es.

Ao discursar perante os membros do Governo guineense, na quartafeir­a, o primeiro-ministro, Baciro Djá, justificou que o seu Executivo teve que tomar medidas para “travar o alastrar dos males que estavam a infestar a sociedade.”

A sua equipa, prosseguiu, teve que enfrentar greves nos sectores da Saúde e Educação, problemas nas finanças públicas, com despesas não tituladas, uma crise com o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) e o Banco Mundial e a ameaça de um mau ano agrícola. Baciro Djá acrescento­u que o seu Governo teve que tomar “medidas drásticas” contra o resgate aos bancos comerciais, assumido pelo anterior Executivo, e destacou como resultados do seu Governo a promoção de boa governação, o relançamen­to da cooperação internacio­nal, o fomento do cresciment­o económico, a melhoria na gestão das finanças públicas, a elevação das receitas públicas, nos últimos três meses, e “um sucesso absoluto, com resultados históricos” na exportação da castanha do caju, estimada em 188 mil toneladas até à semana passada.

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JAIMAGENS.COM Guineeses esperam que o acordo para a criação de um governo inclusivo ponha fim à grave crise política e institucio­nal que assola o país

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