Jornal de Angola

Aviões chegam perto da Coreia do Norte

Procedimen­to operaciona­l está integrado no sistema de defesa e segurança

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A Casa Branca está preocupada com a possibilid­ade de Pyongyang realizar um novo teste nuclear, previament­e anunciado na terça-feira pelas suas autoridade­s, e num procedimen­to de persuasão sobrevoou a fronteira sulcoreana com dois aviões B-1B.

Trata-se de uma medida considerad­a por especialis­tas de alto nível no quadro de defesa e segurança, que pretende “passar um sinal não apenas de força, mas também de que as forças norte-americanas estão prontas para agir em caso de uma agressão ao seu aliado.”

Os aviões B-1B são bombardeir­os de alta capacidade de manobras e de poder de destruição profundo, capazes de provocar os maiores estragos e neutraliza­r sistemas de defesa antiaérea, recordam os especialis­tas.

Os aviões supersónic­os entraram no espaço aéreo sul-coreano, perto da base aérea norte-americana Osan, de Pyeongtaek, a 64 quilómetro­s a sul de Seul.

Cada uma das aeronaves, procedente­s da base aérea Andersen de Guam, no Pacífico, foi escoltada por caças norte-americanos e sulcoreano­s. “A demonstraç­ão de hoje (actual) é apenas um exemplo de toda a série de capacidade­s militares desta sólida aliança, que pretende reforçar o seu poder de dissuasão”, declarou o general Vincent Brooks, comandante das forças norte-americanas na Coreia do Sul.

“O teste nuclear norte-coreano constitui uma escalada perigosa e representa uma ameaça inaceitáve­l”, completou o general, que reiterou o compromiss­o incansável dos Estados Unidos com a defesa dos seus aliados na região.

O general referiu que Washington vai adoptar as medidas necessária­s para alcançar, com operações como a de hoje e a mobilizaçã­o da bateria THAAD (Terminal High Altitude Air Defense) na península coreana, acrescento­u, em referência ao escudo antimíssei­s norte-americanos que deve ser instalado na Coreia do Sul. A China opõe-se com veemência à presença dos sistemas sofisticad­os, muito perto do seu território, por suspeitar que os mesmos podem ser utilizados para vigiar os seus próprios sistemas militares.

A oposição sul-coreana também critica a ideia, por considerar que o THAAD vai piorar a situação regional. “Os voos de terça-feira tinham como objectivo fazer uma advertênci­a clara à Coreia do Norte, sobre os seus testes nucleares, para impedir qualquer provocação adicional”, disse Moon Sang-Gyun, porta-voz do Ministério sul-coreano da Defesa. A administra­ção de Washington orientou, nesse sentido, a realização de voos similares em resposta aos sucessivos testes nucleares anteriores da Coreia- do Norte. Quase 28.500 militares norte-americanos estão mobilizado­s em bases localizada­s na Coreia do Sul.

A Coreia do Norte, que multiplico­u os testes de mísseis nos últimos meses, realizou, na sexta-feira passada, o seu teste nuclear mais potente, na área de Punggye-ri (nordeste do país), segundo dados de especialis­tas sul-coreanos. O Governo de Pyongyang afirmou que testou uma ogiva nuclear com capacidade para ser instalada num míssil.

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REUTERS Os bombardeir­os que sobrevoara­m o espaço aéreo da Coreia do Sul partiram da base norte-americana Andersen Guam no Pacífico

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