Xadrez angolano desfila em Baku
Erikson Soares e Maria Domingos foram os tabuleiros mais produtivos
A Selecção Nacional de Xadrez, em masculinos, terminou na 75ª posição, dentre os 150 países, na 42ª Olimpíada que decorreu em Baku, Azerbaijão, de 1 a 14 de Setembro, enquanto a equipa feminina ocupou o 107º lugar entre as 140 formações participantes.
Começando com registo da ausência na primeira jornada, por dificuldades financeiras, e sem suplentes, pela mesma razão, a equipa nacional masculina, registou seis vitórias e quatro derrotas, ao cabo das 11 jornadas.
Derrotou na primeira jornada as Ilhas Virgens, por expressivos 4-0, perdeu por igual resultado frente a Portugal, na terceira jornada, tornou a fracassar na quarta ronda diante da República Dominicana 0,5-3,5, quando na quinta baqueou diante das Honduras 1,5-2,5 e na sexta superou a Nigéria, 3-1.
Na sétima jornada a selecção perdeu na disputa com o Uganda (1,52,5), na oitava despachou a Tanzânia (4-0), na nona venceu o Sultanato de Brunei (0,5-3,5), na décima levou a melhor sobre o Kosovo (2,5-1,5) e fechou com vitória na disputa com o Paquistão na décima primeira e última jornada, por 3-1.
O Mestre Internacional Erikson Soares, do Progresso do Sambizanga, no terceiro tabuleiro, foi o mais produtivo, com 7 pontos em 10 jornadas, seguindo-se outro xadrezista do clube sambila. O Mestre Fide Cristiano Aguiar, no quarto tabuleiro, com 6 em 10, vindo depois o Mestre Internacional Adérito Pedro, do 1º de Agosto, com 5,5 pontos em 10, e o MI David Silva, do Progresso do Sambizanga, com 5 em 10.
Assim, terminaram na quinta posição entre os países de África, depois do Egipto 62º, da Zâmbia 64º, do Sudão 71º e da Nigéria 73º. Muito longe da melhor média de Angola até aos dias de hoje, realizada em 1998 na Kamykia, Rússia, em que o país foi o segundo em África, atrás do Egipto e segundo na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), depois do Brasil.
O triunfo coube aos Estados Unidos da América, integrado pelos Grandes Mestres Fabiano Caruana (2808), com 7 pontos em 10 jogos, Hikaru Nakamura (2789), 7,5 em 11, Wesley So (2782), 8,5 em 10, L Samuel Shankland (2679), 5,5 em 8, e Ray Robson (2674) 3 em 5, arrebatando a medalha de ouro. A prata foi para Ucrânia, mesmo sem o contributo do Grande Mestre Vassili Ivanchuck, uma das suas mais brilhantes estrelas, enquanto a toda poderosa Rússia ficou apenas com o bronze.
Em femininos, a Mestra Internacional angolana Maria Domingos (1689), da Macovi do Golfo, foi a mais produtiva, no segundo tabuleiro, com 7 pontos em 10 partidas, seguindo-se as macovitas do Bairro Popular, a também Mestra Internacional Esperança Caxita (1871), no primeiro tabuleiro, obteve 6 em 10, Delfina João (1659), 5 em 10, e Domingas Tavares (1563), 4 em 10.
Depois de um jejum de 14 anos, a medalha de ouro foi conquistada pela China, liderada pela campeã mundial Yifan Hou (2658), com 5,5 pontos em 8 jogos, conquistando também a medalha de prata individual pela performance no primeiro tabuleiro, xadrezista que ostenta um título masculino, de Grande Mestre, assim como as suas compatriotas do segundo e terceiro tabuleiro, designadamente GM Wenjun Ju (2583), 7,5 em 11, Xue Zhao (2522), 3,5 em 6, a par da Grande Mestra Tan Zhongyi (2475), 9 em 11, e da Mestre Internacional Qi Guo (2417), 5,5 em 8.
A medalha de prata foi para a Polónia, que fez o seu melhor resultado de sempre em Olimpíadas, enquanto a Ucrânia ficou com o bronze. Não passou despercebida a vitória da ministra das Finanças da Letónia, a Grande Mestra Dana Reizniece-Ozola (2243) sobre a campeã do mundo, GM Yifan Hou (2658), na quarta jornada.
A medalha de ouro para melhor performance no primeiro tabuleiro foi para o Grande Mestre georgiano Jobava Baadur (2665), a prata ficou com o cubano GM Leinier Dominguez Perez (2720) e o bronze com o americano o GM Fabiano Caruana (2808).