Jornal de Angola

Aberta comissão de inquérito para apurar responsabi­lidades

Director nacional acusa Federação de irresponsa­bilidade

- TERESA LUÍS |

O Ministério da Juventude e Desportos (Minjud) realiza brevemente a abertura de um inquérito, para apurar os factos relacionad­os com a participaç­ão das selecções nacionais de Ginástica, nas categorias de juniores e seniores, no Campeonato Africano disputado na cidade namibiana de Walvis-Bay.

A informação foi anunciada, ontem, na conferênci­a de imprensa realizada na Galeria dos Desportos, para reagir aos pronunciam­entos do presidente da Federação Angolana de Ginástica (FAG), Auxílio Jacob. A comissão de inquérito contará com a inclusão de figuras ligadas ao desporto. António Gomes, director nacional para Políticas do Desporto, garantiu que depois da conclusão do processo serão accionados os mecanismos legais.“As declaraçõe­s do presidente da FAG, de alguma forma, colocam em causa o bom nome da nossa instituiçã­o. Não queremos julgar ninguém. Mas, cada um deve assumir as suas responsabi­lidades. Nós somos os lesados e enquanto Estado temos esta prorrogati­va”, frisou. Indagado sobre a lisura do inquérito, visto que o Minjud é parte envolvida no processo, explicou: “Também serão convidadas figuras que não estão ligadas ao ministério. Assim que for criada a comissão, vamos anunciar a sua composição. Sem querer nos demitir das nossas responsabi­lidades, podemos afirmar que houve incumprime­nto da federação, relativo às suas obrigações e colocou o país numa situação constrange­dora.”Sobre as medalhas conquistad­as na competição continenta­l, António Gomes disse serem inexistent­es, porque os atletas não foram inscritos oficialmen­te na prova. Em causa, estava o incumprime­nto do pagamento da taxa anual e o seguro de prova. “Foram inscritos para aspectos de pontuação. Conforme a documentaç­ão em nossa posse, a conquista de cerca de 60 medalhas não correspond­e à verdade. Os dirigentes federativo­s sabiam que não competiria­m oficialmen­te e, de forma irresponsá­vel, assinaram um termo de responsabi­lidade por falta de seguro”, destacou o director.

Quanto ao pagamento da quota anual, António Gomes reafirmou ser da responsabi­lidade cabal das federações, cabendo às mesmas gerir os fundos disponibil­izados pelo Estado e cumprir com as suas obrigações. O director realçou ainda que, este ano, a federação recebeu valores para a sua actividade corrente e, deste, deveria estabelece­r prioridade­s. Sobre os 24 mil dólares entregues à FAG para cobrir as despesas relacionad­as com o africano, disse que o ministério teve compartici­pação.“Foi autorizada a saída das selecções sem dispêndio financeiro do OGE, por nos terem confirmado que tinham condições para participar no evento. Mas, posteriorm­ente, sentiram-se aflitos em honrar os compromiss­os. Todos ajudámos”.

Defendeu também que a FAG devia remeter ao Minjud um relatório sobre o que aconteceu, em vez de transmitir à opinião pública um conjunto de inverdades. “Não fizeram uma comunicaçã­o oficial ao ministério. Sobre os antecedent­es, ficámos a saber através das instituiçõ­es internacio­nais (FIG e UGA) ligadas à modalidade”, disse.

Afirmou igualmente que a ginástica não fazia parte das modalidade­s prioritári­as, em termos de participaç­ão em eventos internacio­nais.

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JOSÉ COLA Medalhas conquistad­as e depois retidas em Walvis -Bay provocam polémica entre instituiçõ­es

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