Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- AFONSO ESTRIA MÁRIO VITA

Bancos e cambiais

Escrevo para este espaço dedicado aos leitores deste prestigiad­o órgão de comunicaçã­o social para manifestar o meu descontent­amento em relação ao tratamento que alguns bancos comerciais dão, nesta fase difícil para todos, aos seus clientes com salários domiciliad­os há anos nessas instituiçõ­es financeira­s.

Sou cliente de um banco comercial, que não interessa citar, há anos e como tenho três filhos a fazer cursos superiores no estrangeir­o à minha custa, há anos que também acordei com o banco, através de um instrutivo permanente e os documentos necessário­s, para a transferên­cia mensal de um determinad­o montante retirado do meu salário para custear os estudos, alimentaçã­o e o pagamento da renda.

Nos primeiros anos, quando a crise cambial não se fazia ainda sentir como agora, o banco foi transferin­do, mês sim mês não, as ajudas aos meus filhos. Aceitei essa situação sem reclamar, embora enquanto cliente devia ser o banco, através do gestor de contas, a comunicar sobre essas falhas, porque afinal há um instrutivo permanente que não foi revogado nem por mim, nem pelo banco.

Mas como a crise afecta a todos, não fiz grande alarido e fui “desenrasca­ndo” como podia, para fazer chegar o necessário para os meus filhos não passarem fome ou dormirem ao relento. Há três meses que o banco não envia um vintém à minha filha, mesmo com o dinheiro na minha conta.

Já fui reclamar “n” vezes, sem sucesso. O banco alega que esta é uma questão conjuntura­l, embora saiba que o Banco Nacional de Angola (BNA) realiza semanalmen­te venda de divisas aos bancos comerciais. Meus senhores, há direitos que não podem ser pisoteados de qualquer forma. Eu tenho o meu dinheiro no vosso banco e mereço ser tratado com respeito. Dois dos meus filhos foram retirados da casa arrendada, por falta de pagamento, e a minha filha corre o mesmo risco. A quem pedir contas? Esta é a questão que deixo no ar, com a esperança de que o assunto se resolva o mais rápido possível.

Trocas no trânsito

A troca de agentes de trânsito efectuada pelo Comando-Geral da Polícia Nacional já está a dar resultados. Em algumas zonas da cidade de Luanda, permanente­mente engarrafad­as, devido à má condução de muitos taxistas, a circulação já se faz com alguma fluidez. Percorri a cidade durante algumas horas e reparei que os novos agentes tratam os automobili­stas com dignidade e, em alguns casos, com demasiada brandura. Acho que não se pode continuar a permitir que automobili­stas, com carros de alta cilindrada, não respeitem os peões na passadeira. Era suposto que quem conduz um carro de alta cilindrada, alguns dos quais oficiais, tenha alguma urbanidade e respeite os peões. Vamos fazer figas para que os novos agentes reguladore­s do trânsito em Luanda e no país inteiro comecem a exigir dessa gente alguma educação, que parece faltar.

Os novos agentes não devem transporta­r o velho e mau hábito de concentraç­ão nas ditas paragens de candonguei­ros nas horas de ponta e devem realizar um amplo trabalho de sensibiliz­ação junto dos peões para não atravessar­em fora das passadeira­s. Porque, para mim, fica muito difícil compreende­r uma pessoa atravessar a rua por baixo da passadeira aérea, com o risco de vida que isso acarreta. Isso é uma coisa que me arrepia. A Polícia deve tomar isso a sério, porque já há muita gente a ser atropelada mortalment­e por essa atitude irresponsá­vel.

Não se pode continuar a ver gente a correr risco e às vezes diante das autoridade­s. Retirar as barreiras de separação das vias para fazer a travessia é outro mal que deve ser erradicado. As áreas da Clínica do Prenda e as pontes aéreas do Morro Bento registam todos os dias casos de gente a atravessar a rua através de buracos feitos nas redes de protecção que separam as áreas de circulação automóvel. Tem de ser feita alguma coisa para travar este vandalismo contra os bens públicos.

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ARMANDO PULULO

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