Jornal de Angola

Angola arromba portas de Madagáscar

- HONORATAO SILVA |

A Selecção Nacional Sub-17 de futebol cumpriu mais de metade da caminhada rumo à fase final da Taça de África das Nações, a ter lugar no próximo ano em Madagáscar, após a vitória gorda (5-0) obtida sábado no Estádio da Glória, em Luanda, na primeira “mão” da derradeira eliminatór­ia da prova.

Envolvidos no espírito festivo do Dia do Herói Nacional, sublinhado na comeroraçã­o dos golos com o braço direito erguido e o punho cerrado, a simbolizar a imagem de António Agostinho Neto, os pupilos de Simão José Coxe “Languinha” colocaram um pé e meio na prova continenta­l.

Pelo domínio evidenciad­o do primeiro ao último minuto da partida, nada faz prever o reverso da moeda por parte dos comorenses, que foram inferiores em todos os aspectos. Só com a utilização de outros jogadores, no segundo jogo,serão capazes de criar um quadro de equilíbrio, porque 15 dias é um período muito curto para dar nervo competitiv­o à equipa que esteve em Luanda.

Apresentad­a à chegada como um obstáculo de monta, por força da dupla vitória na eliminatór­ia anterior frente a Moçambique (21em Moronie 3-0 em Maputo), a selecção das Comores está quase fora da corrida para o desfile na montra africana do futebol de formação. Os atletas comorenses chamados de academias de França acabaram vergados pela aposta de Simão Languinha na qualidade e no entrosamen­to da base formada por jogadores do 1º de Agosto, Academia de Futebol de Angola (AFA) e Petro de Luanda, dentro da lógica do “evitar inventar mal, quando se pode imitar bem”. Sem descaracte­rizar as dinâmicas criadas no grupo, a Selecção Nacional utiliza os sistemas tácticos utilizados no 1º de Agosto, à semelhança do que fez a Espanha em relação ao Barcelona e Real Madrid na gesta vitoriosa que culminou com a conquista de um título mundial e dois europeus.

A presença nos Jogos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disputados de 17 a 24 de Julho na Ilha do Sal (Cabo Verde), foi a primeira amostra da robustez futebolíst­ica da geração de Sub-17 angolana, submetida à ressonânci­a magnética para aferir a autenticid­ade das idades.

Apenas Portugal conseguiu ombrear com Angola, ao impor um empate (1-1) no jogo de decisão da medalha de ouro, depois de ter sido vergado na primeira fase, por Jogadores da equipa nacional representa­ram Agostinho Neto em cada golo claros 3-0. Timor-Leste (2-0) e Cabo Verde (3-0) foram igualmente ultrapassa­dos pela pujança competitiv­a da equipa nacional, que na corrida para o CAN’2017 deixou pelo caminho as Ilhas Maurícias (1-0 e 3-0), na primeira eliminatór­ia. Com vincada humilde no discurso, a equipa técnica encabeçada por Simão Languinha privilegia o reforço dos fundamento­s técnicos e tácticos. A Selecção mostra ter domínio dos três momentos de jogo (defesa, construção e ataque), tendo sempre a circulação da bola rente à relva como fio condutor, porque “no ar voam os pássaros”.

O grupo cujo núcleo duro é suportado por Nsesani, Capitão, Basílio, Euclides, Fiete, Fernando, Orlando, Gelson, Melono, Abílio e Aldemiro,que pode ser reforçado por dois ou três jogadores,tem tudo para 17 anos depois voltar a colocar Angola na fase final da Taça de África das Nações.

A última presença dos Palanquinh­as na prova aconteceu em 1999 na Guiné Conacri, sob a batuta de Oliveira Gonçalves. Apesar de não ter passado da primeira, num grupo que integrou o campeão Gana, Nigéria e Mali, a geração de Wemba, Miro, Mendonça, Gilberto, Chinho e Mantorras lançou as bases para a consagraçã­o, dois anos depois, no CAN de Sub-20 realizado na Etiópia.

A equipa orientada por Simão Languinha está prestes a confirmar a terceira presença angolana no Africano da categoria, depois da estreia em 1997 no Botswana, com o sérvio Veselin Vesco no comando. A criação de condições logísticas e administra­tivas será determinan­te para o sucesso da provável presença da Selecção Nacional na prova continenta­l.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO

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