Oposição avisada a travar polémicas
INSTABILIDADE EM MOÇAMBIQUE Polícia pede a possíveis vítimas para apresentarem queixa
O Governo moçambicano advertiu ontem a Renamo e demais políticos na oposição para evitarem situações polémicas que dão lugar a um clima de maior desconfiança no país e que perigam a actuação das instituições. Segundo a imprensa moçambicana, o Governo referia-se a uma série de episódios que envolvem políticos na oposição, como a chefe da bancada parlamentar da Renamo, Ivone Soares, que se queixa de ter sofrido uma tentativa de assassinato.
O Governo moçambicano advertiu ontem a Renamo e demais políticos na oposição para evitarem situações polémicas que dão lugar a um clima de maior desconfiança no país e perigam a actuação das instituições.
Segundo a imprensa, o Governo referia-se a uma série de episódios que envolvem políticos na oposição, como a chefe da bancada parlamentar da Renamo, Ivone Soares, que se queixa de ter sofrido uma alegada tentativa de assassinato.
A imprensa moçambicana deu grande espaço ao caso, o que levou uma fonte junto do Governo, que não se identificou, a pedir maior contenção da parte dos membros da Renamo no Parlamento, para não prejudicar as negociações de paz.
A deputada Ivone Soares contrariou a polícia moçambicana, que declarou não ter recebido nenhuma queixa. “Fui pessoalmente à polícia e, com testemunhas, apresentei queixa e na terça-feira estive na Procuradoria Provincial da Zambézia, onde prestei declarações sobre o atentado”, disse a deputada da Renamo.
A polícia moçambicana afirmou que não recebeu nenhuma queixa sobre a alegada tentativa de assassínio da chefe da bancada da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido na oposição, adiantando que não foi iniciada nenhuma investigação oficial.
Ernesto Serrote, chefe das Relações Públicas no Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) na Zambézia, no centro do país, alega que não recebeu nenhuma queixa e, por isso, não há nenhuma investigação em curso. O principal partido da oposição em Moçambique denunciou em Maputo uma alegada tentativa de assassinato da chefe da sua bancada na Assembleia da República, Ivone Soares, na cidade de Quelimane, acusando o Governo de estar por detrás da acção.
Segundo uma nota lida por Juliano Ricardo, deputado do partido, um homem que seguia numa motorizada tentou disparar sobre Ivone Soares na viatura em que era transportada, acompanhada por dezenas de quadros e militantes da Renamo, a poucos quilómetros do aeroporto de Quelimane, centro de Moçambique, mas a arma, de tipo AK-47, encravou. De acordo com o chefe das Relações Públicas da PRM na Zambézia, as autoridades só souberam do incidente a partir dos órgãos de comunicação social e, até que a Renamo apresente uma queixa oficial, não há condições para a abertura de um processo.
O Governo moçambicano alertou que práticas do género em nada ajudam a resolver os incidentes no país, por ser “inconcebível atribuir a responsabilidade de um crime a alguém, sem haver uma investigação que leve à confirmação da suspeita e o julgamento da matéria em forma de provas, como acontece num processo normal”.