Vice-Presidente discursa hoje em Nova Iorque
Secretário de Estado defendeu intensificação de esforços para restabelecer o diálogo na Síria
O Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, em representação do Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, discursa hoje na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, onde decorre desde terça-feira o debate geral sobre os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, como um impulso global para transformar o mundo.
Manuel Vicente participou ontem no Fórum de Negócios Estados Unidos da América-África, onde estiveram também vários Chefes de Estado e de Governo dos Estadosmembros da ONU e presidentes de Conselhos de Administração de importantes companhias americanas e africanas do sector do comércio.
Paralelamente ao debate geral da Assembleia-Geral, o Conselho de Segurança da ONU organiza hoje uma reunião de alto nível sobre a segurança aérea, para analisar a ameaça das acções terroristas à aviação civil, visando encorajar os Estadosmembros a implementarem medidas eficazes para atenuar esta ameaça e a desenvolverem parcerias no âmbito da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO), para apoiar a aplicação das normas da aviação civil e de uma resolução global em conformidade com as normas da Convenção de Chicago.
Angola, enquanto membro não permanente do Conselho de Segurança, vai estar representada pelo secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto, e por representantes da Missão Angolana em Nova Iorque.
Depois desta reunião, Angola, já na qualidade de vice-presidente do Órgão de Cooperação Política, Defesa e Segurança da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), organiza um encontro com os ministros das Relações Exteriores e dos Negócios Estrangeiros. O objectivo é rever e adoptar a estratégia da campanha de apoio à ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional do Botswana, Pelonomi Venson-Moitoi, para o cargo de presidente da Comissão da União Africana.
Timor-Leste, que assume a presidência em exercício da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) organiza também uma reunião com os ministros das Relações Exteriores e dos Negócios Estrangeiros desta organização regional, para analisar as relações económicas, políticas e sociais entre os Estados-membros, a utilização da Língua Portuguesa nas organizações internacionais e a posição da organização nos debates da Assembleia-Geral da ONU.
De igual modo, os ministros das Relações Exteriores e dos Negócios Estrangeiros dos países membro do grupo 77 vão ter um encontro com autoridades chinesas, para concertar posições para uma melhor articulação, promover interesses económicos e sociais comuns, estudar a melhoria da capacidade conjunta de negociação em relação aos grandes temas económicos dentro do sistema das Nações Unidas e promover a cooperação sul-sul para o desenvolvimento.
Outra reunião de alto nível é organizada pelo presidente da Assembleia-Geral, Peter Thompson, para comemorar o trigésimo aniversário da Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento e ser uma plataforma para a comunidade internacional demonstrar e reiterar o seu compromisso com a aplicação do direito ao desenvolvimento.
Os países em desenvolvimento sem litoral e pequenos Estados insulares em desenvolvimento também se reúnem hoje, para analisarem questões de interesse comum e a cooperação existente.
Conflito na Síria
Ontem, o secretário de Estado das Relações Exteriores pediu à comunidade internacional para intensificar os esforços para o restabelecimento do diálogo na Síria, com vista a acabar com as hostilidades e permitir ajuda humanitária ao povo deste país.
O apelo foi feito durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU, promovida pela Nova Zelândia à margem da 71ª sessão da Assembleia-Geral da organização, oficialmente aberta no dia 13 deste mês.
Manuel Augusto disse que Angola recebeu com optimismo a notícia do recente acordo de cessação das hostilidades na Síria, intermediado pelos governos dos Estados Unidos e da Federação Russa, por considerar um passo importante para o reinício do diálogo político para a melhoria da “terrível situação humanitária” e combate ao terrorismo, que tem afectado o Médio Oriente e outros países. “Infelizmente, as diferenças políticas e interesses estratégicos continuam a obstruir as perspectivas para negociações conducentes à obtenção de um acordo para acabar com o conflito que dura há mais de cinco anos e poupar milhões de civis sírios da violência, da catástrofe humanitária e de uma crise de refugiados sem precedentes”, disse.
Manuel Augusto entende que os ganhos militares de importância estratégica continuam a ter precedência sobre as negociações de paz.
Para o secretário de Estado, chegou a hora de todos os actores relevantes na região redobrarem esforços para juntar à mesa das negociações as partes envolvidas no conflito, para dialogarem e encontrarem uma solução para o fim do sofrimento do povo sírio, que deve ser a principal prioridade. “É nosso profundo desejo que os membros do Conselho de Segurança, o Grupo Internacional de Apoio à Síria e outras partes interessadas a nível regional reconheçam os benefícios de longo prazo de acabar com este conflito e exerçam a pressão necessária para a retomada das negociações e combate contra a ameaça terrorista em constante expansão”, disse Manuel Augusto, acrescentando que o trabalho deve estar focado na redução do fluxo de armas para a Síria, no sentido de aumentar a ajuda humanitária.
O objectivo da reunião do Conselho de Segurança foi fazer o balanço dos actuais esforços e encontrar meios para uma resolução política do conflito. Os participantes foram encorajados a apresentar soluções para serem ultrapassados os actuais obstáculos e aproximar as posições divergentes dos membros do Conselho de Segurança. O órgão também analisou ontem o processo de paz na Colômbia.