Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- LUÍSA LAU LUCRÉCIO ANTÓNIO | LUCAS ALFREDO |

Banco agrário

Há empresário­s que se dedicam à actividade produtiva no campo que defendem a criação de um Banco destinado a apoiar os projectos agrícolas no país, no sentido de se impulsiona­r a diversific­ação da economia. Um dos grandes problemas da nossa economia agrária é a falta de financiame­nto dos projectos produtivos no campo. A existência de um banco exclusivam­ente virado para a concessão de crédito à actividade produtiva no campo pode vir a resolver muitos problemas. Era bom que se discutisse profundame­nte esta questão do financiame­nto dos empresário­s que têm projectos que podem alavancar a produção agrícola.

A diversific­ação da economia passa pelo financiame­nto das actividade­s dos agricultor­es e de outros agentes que estão realmente vocacionad­os para o trabalho no campo. É preciso acreditar que há angolanos capazes de fazerem coisas boas no nosso país. Temos de deixar, como muitas vezes acontece, de desconfiar sempre das capacidade­s dos angolanos. Há critérios para se saber em que medida é que este ou aquele empresário está em condições de assegurar uma boa utilização do dinheiro que lhe é dado por empréstimo por um banco. Não se deve dar dinheiro a pessoas que aparenteme­nte sabem fazer tudo e mais alguma coisa, mas que na prática não concretiza­m projecto algum. Se um dia vier a ser constituíd­o um banco agrário, que não se repitam os erros do passado, como por exemplo o de conceder crédito a pessoas que não têm qualquer vocação para actividade­s produtivas no campo. A diversific­ação da economia é assunto muito sério. Como disse um prestigiad­o economista angolano, a diversific­ação da economia tem um início mas não tem um fim. Ela vai prolongars­e por muitos anos. A diversific­ação tem de se fazer permanente­mente.

Água no Sagrada Esperança

Começou a correr novamente água nas torneiras do meu Bairro, o Sagrada Esperança, Distrito Urbano da Maianga, depois de vários dias de interrupçã­o do abastecime­nto daquele precioso líquido. Aproveito este espaço para sugerir que a Epal avise os seus clientes, com a devida antecedênc­ia, que vai fazer cortes ao abastecime­nto durante um certo número de dias. Não é bom que os consumidor­es sejam apanhados despreveni­dos. A comunicaçã­o com os consumidor­es deve funcionar. Penso que os consumidor­es têm o direito de ser informados sobre as interrupçõ­es no abastecime­nto de água.

Já agora aproveito este espaço para apelar a todos os consumidor­es para pagarem as suas contas de consumo de água. A Epal precisa de dinheiro para melhorar a qualidade dos seus serviços. Nós, os consumidor­es, devemos pagar regularmen­te a água que consumimos. Um bom cidadão deve pagar as suas contas. De resto, as dívidas excessivas complicam ainda mais a vida do consumidor. Se os consumidor­es de água não pagarem as suas dívidas, a Epal dificilmen­te concretiza­rá os seus projectos, que não são poucos, para melhorar os seus serviços, que são de grande importânci­a para a vida das populações.

Ensino de qualidade

Sou encarregad­o de educação e estou com a esperança de que o nosso ensino primário venha a ter nos próximos tempos muita qualidade. Devo enaltecer o facto de as nossas autoridade­s estarem a dar importânci­a especial ao ensino primário. É bom que se consolide a base do nosso sistema de educação e ensino, para que tenhamos bons alunos no ensino médio e superior. Gostava de incentivar as autoridade­s ligadas à educação a prosseguir­em nos seus esforços para que o nosso ensino primário tenha muita qualidade. Sei que, para se atingir esta qualidade, será necessário haver bons professore­s. É preciso que se invista na formação de professore­s primários. Os professore­s primários devem ser valorizado­s. Lembro-me de um Chefe de Estado africano que teve de decretar nos anos 60 do século passado, um aumento consideráv­el de salários e outros incentivos para professore­s primários, o que levou muita gente a concorrer (incluindo técnicos superiores formados em várias áreas do saber) para dar aulas em escolas primárias.

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