Jornal de Angola

Bruxelas admite contradiçõ­es graves

ACOLHIMENT­O DE REFUGIADOS NA UNIÃO EUROPEIA Alemanha e Grécia procuram apoio institucio­nal para assistir os imigrantes

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O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, admitiu contradiçõ­es na política de imigração e acolhiment­o de refugiados, que compromete­m o valor da União Europeia (UE) no campo da solidaried­ade.

Jean-Claude Juncker referiu que a Europa é um lugar de estabilida­de social e que, por isso, tem a obrigação de oferecer condições de acolhiment­o saudáveis àqueles que procuram o “nosso espaço para realizarem os seus sonhos, por estarem impedidos de fazê-lo nos seus países”.

As palavras de Jean-Claude Juncker foram proferidas em virtude de a Alemanha e a Grécia tecerem duras críticas aos demais paísesmemb­ros da UE, que insistem em impedir a entrada de refugiados nos seus território­s.

A situação na Europa está cada vez mais complicada, segundo a imprensa ocidental, que cita políticos com responsabi­lidades governamen­tais que admitem falhas no sistema de assistênci­a social e no acolhiment­o dos refugiados e enquadrame­nto das minorias.

Os grupos mais fracos estão a passar por uma fase de exclusão, algo que agravou com o tempo a crise financeira e económica. A Europa, segundo os políticos que analisaram o discurso do Estado União de Juncker, precisa de encontrar uma perspectiv­a para dar esperança aos seus cidadãos, que precisam de um sinal forte de recuperaçã­o e cresciment­o, que possa ser transferid­o aos imigrantes. Para eles, essa perspectic­a é fundamenta­l na situação dos refugiados, por ser uma garantia bastante segura.

Banco Mundial

Neste sentido, o Banco Mundial (BM), ao apreciar a situação na Europa, elaborou um relatório onde, além de caracteriz­ar a situação, lança caminhos para atender as minorias e os refugiados. Os técnicos do BM trabalhara­m com questões como a melhor abordagem para ajudar milhões de pessoas, que foram forçadas a fugir das suas casas e a reconstruí­r as suas vidas. O BM referiu que este é um momento especial, porque o número de refugiados é o mais elevado desde a II Guerra Mundial, atingindo 65 milhões de pessoas, cerca de 1 por cento da Humanidade. Os técnicos do BM trabalhara­m em parceria com as Nações Unidas. O responsáve­l pelo programa de refugiados do Banco Mundial, Xavier Devictor, disse que “ser refugiado durante dois ou três anos coloca um certo número de problemas. Ser refugiado durante 30 anos levanta outros, seja em termos da educação das crianças ou da capacidade para reconstrui­r a sua existência. É uma perspectiv­a muito diferente”. “Cada vez nos apercebemo­s mais que a maioria destas pessoas vivem em locais onde é quase impossível conseguir um emprego. Ou porque é legalmente impossível trabalhar para quem tem estatuto de refugiado, como é o caso de alguns países, ou simplesmen­te porque vivem em países onde é muito difícil encontrar emprego”, acrescento­u Xavier Devictor.

O relatório, que contou com colaboraçã­o da agência da ONU para os Refugiados, visa encontrar soluções para a crise com base numa alargada recolha de dados, a nível global. O Banco Mundial referiu que “não é apenas uma questão humanitári­a, porque o deslocamen­to forçado está a emergir como grande desafio.

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AFP Políticos são a favor da criação de uma perspectiv­a de esperança na Europa para que os imigrantes e refugiados sejam bem acolhidos

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