Luanda regista crescimento brusco
DADOS DEFINITIVOS DO CENSO POPULACIONAL Maioria das crianças dos zero aos quatro anos sem registo civil
Os resultados definitivos do Recenseamento Geral da População e da Habitação indicam que a província de Luanda tem 6.945 386 habitantes, sendo 3.401.996 homens e 3.543 390 mulheres.
Os resultados definitivos da província de Luanda foram apresentados ontem, em Luanda, pelo coordenador do Gabinete Central do Censo-2014, Paulo Fonseca, durante uma cerimónia realizada no Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
Os resultados preliminares apresentados em Setembro de 2014 indicavam que residiam na província de Luanda 6.542.944 pessoas, sendo 3.205.246 homens e 3.337.598 mulheres. De acordo com os dados avançados, ontem, pelo Gabinete Central do Censo-2014, em Luanda, existem 96 homens para 100 mulheres. No que concerne à distribuição geográfica por municípios, Luanda é o mais populoso com 2.194 747 habitantes, representando cerca de 32 por cento da população total da província, seguido de Viana com 1.605.291.
O município do Cazenga, que até então era o mais populoso, aparece em quinto lugar, depois de Cacuaco, com 892.401 habitantes.
Em contrapartida, o município da Quissama é o menos populoso com 26. 546 habitantes.
No que concerne ao processo de registo civil, Luanda tem uma cobertura de apenas 32 por cento entre as crianças dos zero aos quatro anos, isto é 68 por cento desta faixa etária não têm registo de nascimento. Em termos de línguas habitualmente faladas em casa, o português está em primeiro lugar com 89 por cento de falantes, com maior predominância nas áreas urbanas, contra os 85 na área rural. O kimbundo é a segunda língua mais falada, com nove por cento, seguindo-se o kicongo com 7,9 e o umbundo com 7,4.
De acordo com os dados definitivos do censo, 2,2 por cento da população são portadores de deficiências ou de impedimentos de natureza física, mental ou sensorial, o que representa 154.727 pessoas. Deste número, 86.727 são homens e 68.010 mulheres. Segundo os resultados do censo, apenas 47 por cento dos agregados familiares têm acesso a “fontes apropriadas” de água para beber, sendo que 46 por cento recorrem ao abastecimento por camião cisterna e 28,9 por cento ao fornecimento da rede pública.
Igualmente “preocupante” é o facto de entre a população com 18 a 24 anos, apenas 25 por cento ter completado o segundo ciclo do ensino secundário e 5por cento entre a população acima dos 24 anos o ensino superior. O Censo Geral da População e Habitação realizou-se em Maio de 2014 e os dados globais nacionais definitivos, que apontam para uma população nacional acima dos 26 milhões de pessoas, foram divulgados em Março deste ano.
Paulo Fonseca considera “preocupante” que 54 por cento dos agregados familiarestenha admitido nos questionários que despeja o lixo ao ar livre.Informou que, depois das províncias de Luanda e Cabinda, devem ser apresentados os resultados definitivos de outras regiões do país até terminar o cronograma geral do censo. Depois do processo de apresentação dos resultados definitivos, o INE vai tratar dos relatórios temáticos, o que vai exigir a presença de peritos, para em conjunto analisarem a matéria.