Stock de medicamentos está a ser reposto
Acto central do Dia do Trabalhador da Saúde decorre no Américo Boavida
A secretária de Estado da Saúde, Constantina Furtado, anunciou, ontem, que a falta de medicamentos que se tem verificado nos hospitais e farmácias, a nível nacional, vai ser brevemente ultrapassada, porque há cerca de duas semanas começaram a chegar as encomendas feitas nos primeiros meses do ano.
Constantina Furtado, que falava numa conferência de imprensa realizada na sala de reuniões do Ministério de Saúde, sobre 25 de Setembro, dia do trabalhador da Saúde, disse que à medida em que o ministério for recebendo as encomendas, também, vai fazer a devida distribuição a cada província, com base nas suas reais necessidades, atendendo à actual situação financeira do país.
A secretária de Estado da Saúde frisou que a rotura no stock de medicamentos deveu-se grandemente à falta de divisas que o país regista, porque todos os medicamentos e quase todo o material hospitalar são importados e com muito tempo de antecedência. A actual crise financeira, explicou, não nos permite fazer isso num tempo oportuno.
“Como consequência, vão-se esgotando os stocks hospitalares e das farmácias sem ser feita a reposição imediata, como era feita antes. Por isso, se foi verificando alguma falta de medicamentos em algumas unidades hospitalares.
Mas tudo está a ser feito para que haja mais alocação de medicamentos num curto espaço de tempo,” sublinhou a secretária de Estado da Saúde.
Em relação ao 25 Setembro, dia do trabalhador da Saúde, Constantina Furtado anunciou que para este ano o lema escolhido é “Promovendo cuidados humanizados, melhoremos a gestão dos recursos”.
Constantina Furtado explicou que a escolha do tema acontece para chamar atenção dos profissionais de saúde e da sociedade para estes dois aspectos que devem estar no centro do desempenho da função de qualquer trabalhador da saúde.
“O termo 'humanização' continua a estar presente nos temas ligados à Saúde, porque a humanização não pode ser um acto escrito no papel, é preciso materializar isso no nosso dia-a dia, cultivar mais o amor ao próximo, ter maior disciplina, rigor e buscar mais pelo conhecimento. Quando alguém procura um profissional de saúde, é porque precisa da sua ajuda, então, devemos prestar essa ajuda com responsabilidade”, salientou a secretária de Estado da Saúde. O acto central alusivo às comemorações do dia do trabalhador da Saúde decorre, amanhã, no Hospital Américo Boa Vida, em Luanda. Durante a cerimónia, vai ser inaugurada uma exposição itinerante com o espólio do doutor Américo Boavida, a deposição de uma coroa de flores junto ao seu busto e algumas actividades culturais.
No mês passado, o ministro da Saúde revelou que a redução do número de infecções e de mortes por VIH/Sida e por malária em Angola é prioridade “número um” do Sistema Nacional de Saúde Pública, mesmo no momento de crise que o país atravessa. Luís Gomes Sambo, que falava à comunicação social depois de uma cerimónia de assinatura de um acordo de financiamento entre o Ministério da Saúde e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), disse que a situação do VIH/Sida e da malária no país é ainda preocupante, apesar dos esforços do Governo e da sociedade civil.
O financiamento, avaliado em 60 milhões de dólares, cedidos pelo Fundo Global, vai ser distribuído de forma equitativa aos programas de combate à malária e ao VIH/Sida, com vista à redução do número de novas infecções.
“O número de novas infecções e mortes tem aumentado”, disse o ministro da Saúde, acrescentando que, em decorrência da crise económica e financeira que o país vive, “temos de olhar para as organizações internacionais e parceiros”.
Dos 30 milhões de dólares destinados ao Programa Nacional de Combate ao VIH/Sida, 60 por cento são destinados à aquisição de retrovirais e 40 por cento a intervenções sanitárias, com realce para os trabalhos comunitários.