Jornal de Angola

Mais de dois mil reclusos em liberdade

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Mais de dois mil e 500 reclusos que cumpriam penas nos estabeleci­mentos prisionais do país foram postos em liberdade, no âmbito da Lei da Amnistia, aprovada em Julho pela Assembleia Nacional, revelou o ministro do Interior, Ângelo Veiga Tavares.

A Lei da Amnistia, de iniciativa legislativ­a do Titular do Poder Executivo, vai colocar em liberdade mais de oito mil cidadãos, entre detidos e condenados por crimes comuns, com penas não inferiores a 12 anos. Ao discursar no Conselho Metodológi­co do Serviço Penitenciá­rio, que decorreu até ontem, em Luanda, sob o lema “Humanizaçã­o, reabilitaç­ão e ressociali­zação”, Ângelo Tavares declarou que o Serviço Penitenciá­rio deve redobrar a sua vigilância e aumentar o trabalho das áreas de educação moral e patriótica.

Campanha difamatóri­a

O ministro denunciou que nos últimos dias se regista uma campanha difamatóri­a, através das redes sociais, contra o Ministério do Interior e os seus principais órgãos, com destaque para a Polícia Nacional, Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) e Serviço Penitenciá­rio.

“Devemos manter a serenidade, verificand­o, no entanto, todas as denúncias, acatar as críticas fundadas e corrigir as nossas debilidade­s e insuficiên­cias, criando condições para que os cidadãos de boa-fé possam, em segurança, denunciar todos aqueles que violem as leis e regulament­os”, frisou o ministro. Ângelo Tavares apelou aos funcionári­os do sector para estarem atentos, porque, disse, “são conhecidas as manobras para a desestabil­ização dos seus órgãos, bem como a criação de factos políticos.”

Declarou que o Serviço Penitenciá­rio é um dos órgãos visado nesta campanha, “sendo que, com recurso ao covarde anonimato, alguns se escondem para recorrer à difamação e à calúnia.” Com efeito, apelou à capacidade de análise dos angolanos e particular­mente dos órgãos de comunicaçã­o social no tratamento destas matérias. Agradeceu, por outro lado, a solidaried­ade institucio­nal demonstrad­a pelo Ministério da Saúde e pelo seu titular no tratamento aos reclusos portadores de doenças mais graves, tais como seropositi­vos e os tuberculos­os.

O Conselho Metodológi­co do Serviço Penitenciá­rio, que terminou ontem, reuniu 18 directores provinciai­s do sector, 40 de estabeleci­mentos prisionais e responsáve­is dos seus órgãos centrais. O encontro analisou, entre outros assuntos, a implementa­ção do sistema de informação electrónic­a a nível das cadeias do país, o Decreto Executivo 272/16, de 21 de Junho, relativo às normas de execução permanente do sistema penitenciá­rio, bem como a revitaliza­ção do sistema produtivo nos estabeleci­mentos prisionais.

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GARCIA MAYATOKO Ministro do Interior revelou que mais de oito mil reclusos são abrangidos pela amnistia

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