CARTAS DO LEITOR
Acordo de Paris
Sou ambientalista e sigo com atenção todas as informações sobre o clima, meio ambiente e ultimamente anima-me a perspectiva da materialização do Acordo de Paris.
Parece crescer a possibilidade da entrada, com força, da Lei do Acordo de Paris sobre a redução das emissões e inviabilizar a rápida degradação das condições climatéricas. Como se sabe, os países que emitem uma reduzida quantidade de gases nocivos são curiosamente os que mais tendem a sofrer com as alterações climáticas em todo o mundo. E entre estes os países africanos engrossam essa lista, razão pela qual se impõe a necessidade de o acordo estar já em vigor.
Acho que os países menos desenvolvidos deviam discutir bem as modalidades de implementação desse acordo, porque na sua maioria anseiam desenvolver-se e, coarctados por determinados tipos de emissão, podem ver as suas indústrias a viver uma espécie de “improdutividade imposta”.
Defendo a existência de uma compensação para os países que, não sendo os que mais “intoxicam” o planeta, são os que mais sofrem já os efeitos das alterações climáticas.
Impulsionar o turismo
Há dias, li algures uma notícia sobre o fomento de iniciativas que levem a um maior envolvimento das operadores de transportes interprovinciais nas actividades ligadas ao turismo. Trata-se de um convénio assinado entre instituições do Estado e uma das operadoras de transporte para contribuir para o fomento do turismo interno.
Na verdade, o nosso país é de tal forma extenso que numerosas populações têm grandes dificuldades de mobilidade, sobretudo nas comunidades fora das grandes cidades e municipalidades. As comunas e aldeias estão muito distante das sedes e, além desta realidade, os centros dos principais serviços dirigidos às populações nem sempre estão muito próximos das populações.
Era bom que essa rede de transporte fosse apenas uma espécie de tubo de ensaio para que iniciativas semelhantes ocorressem para que o país, desde as zonas urbanas e rurais, fique coberto com meios de transportes disponíveis.
Acho que essa iniciativa chega em boa hora na medida em que há um grande esforço da parte das autoridades, para infra-estruturas rodoviárias em todo o país.
Muitas estradas vão ser intervencionadas, um passo importante na garantia das condições para que as populações tenham mobilidade assegurada numa altura em que reputamos todos como vitais, para sairmos do estado em que nos encontramos.
Sem mobilidade, dificilmente, teremos um processo económico que ajude o país a produzir mais para distribuirmos mais, razão pela qual termino felicitando as instituições do Estado e os parceiros sociais que acompanham o Executivo, nesta tarefa complexa.
Município de Luanda
Sou munícipe de Luanda e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para falar sobre população, em função dos resultados definitivos do Censo Geral da População e Habitação.
Embora fosse mais ou menos do conhecimento de todos que Luanda era a província mais povoada, o Censo Geral da População e Habitação trouxe dados interessantes na medida em que fornece numerosas informações.
É bom que o município de Luanda seja o mais populoso de todo o país, com 2,1 milhões de habitantes, e, fundamentalmente, a informação sobre a diferença numérica em termos de sexo. Segundo dados definitivos do censo, há 96 homens por cada 100 mulheres, diferença que contraria a “boca do povo” em função do que se dizia, que haveria supostamente uma margem maior.
Em todo o caso, espero apenas que as autoridades e as populações em si façam melhor uso das informações fornecidas pelo censo no sentido de melhores políticas públicas. Acredito que os decisores públicos acabam por ter em mãos, com os dados do Censo Geral da População e Habitação, uma importante ferramenta, através da qual poderão gizar melhores decisões.