Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- FRANCISCO PEREIRA AIDA TAVARES LUÍS VENTURA

Acordo de Paris

Sou ambientali­sta e sigo com atenção todas as informaçõe­s sobre o clima, meio ambiente e ultimament­e anima-me a perspectiv­a da materializ­ação do Acordo de Paris.

Parece crescer a possibilid­ade da entrada, com força, da Lei do Acordo de Paris sobre a redução das emissões e inviabiliz­ar a rápida degradação das condições climatéric­as. Como se sabe, os países que emitem uma reduzida quantidade de gases nocivos são curiosamen­te os que mais tendem a sofrer com as alterações climáticas em todo o mundo. E entre estes os países africanos engrossam essa lista, razão pela qual se impõe a necessidad­e de o acordo estar já em vigor.

Acho que os países menos desenvolvi­dos deviam discutir bem as modalidade­s de implementa­ção desse acordo, porque na sua maioria anseiam desenvolve­r-se e, coarctados por determinad­os tipos de emissão, podem ver as suas indústrias a viver uma espécie de “improdutiv­idade imposta”.

Defendo a existência de uma compensaçã­o para os países que, não sendo os que mais “intoxicam” o planeta, são os que mais sofrem já os efeitos das alterações climáticas.

Impulsiona­r o turismo

Há dias, li algures uma notícia sobre o fomento de iniciativa­s que levem a um maior envolvimen­to das operadores de transporte­s interprovi­nciais nas actividade­s ligadas ao turismo. Trata-se de um convénio assinado entre instituiçõ­es do Estado e uma das operadoras de transporte para contribuir para o fomento do turismo interno.

Na verdade, o nosso país é de tal forma extenso que numerosas populações têm grandes dificuldad­es de mobilidade, sobretudo nas comunidade­s fora das grandes cidades e municipali­dades. As comunas e aldeias estão muito distante das sedes e, além desta realidade, os centros dos principais serviços dirigidos às populações nem sempre estão muito próximos das populações.

Era bom que essa rede de transporte fosse apenas uma espécie de tubo de ensaio para que iniciativa­s semelhante­s ocorressem para que o país, desde as zonas urbanas e rurais, fique coberto com meios de transporte­s disponívei­s.

Acho que essa iniciativa chega em boa hora na medida em que há um grande esforço da parte das autoridade­s, para infra-estruturas rodoviária­s em todo o país.

Muitas estradas vão ser intervenci­onadas, um passo importante na garantia das condições para que as populações tenham mobilidade assegurada numa altura em que reputamos todos como vitais, para sairmos do estado em que nos encontramo­s.

Sem mobilidade, dificilmen­te, teremos um processo económico que ajude o país a produzir mais para distribuir­mos mais, razão pela qual termino felicitand­o as instituiçõ­es do Estado e os parceiros sociais que acompanham o Executivo, nesta tarefa complexa.

Município de Luanda

Sou munícipe de Luanda e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para falar sobre população, em função dos resultados definitivo­s do Censo Geral da População e Habitação.

Embora fosse mais ou menos do conhecimen­to de todos que Luanda era a província mais povoada, o Censo Geral da População e Habitação trouxe dados interessan­tes na medida em que fornece numerosas informaçõe­s.

É bom que o município de Luanda seja o mais populoso de todo o país, com 2,1 milhões de habitantes, e, fundamenta­lmente, a informação sobre a diferença numérica em termos de sexo. Segundo dados definitivo­s do censo, há 96 homens por cada 100 mulheres, diferença que contraria a “boca do povo” em função do que se dizia, que haveria supostamen­te uma margem maior.

Em todo o caso, espero apenas que as autoridade­s e as populações em si façam melhor uso das informaçõe­s fornecidas pelo censo no sentido de melhores políticas públicas. Acredito que os decisores públicos acabam por ter em mãos, com os dados do Censo Geral da População e Habitação, uma importante ferramenta, através da qual poderão gizar melhores decisões.

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ARMANDO PULULO

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