Jornal de Angola

Joseph Kabila pede calma

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Na sua primeira reacção oficial à mais recente onda de violência em Kinshasa, o Presidente da República Democrátic­a do Congo (RDC), Joseph Kabila, apelou à calma e alertou para a importânci­a da estabilida­de no país “para não gerar instabilid­ade em todo o continente africano” .

Num comunicado ao país, divulgado após a onda de violência e o regresso da calma à capital congolesa, o Chefe de Estado advertiu para o impacto de uma eventual instabilid­ade na região dos Grandes Lagos, com potencial alastramen­to a todo o continente africano. Joseph Kabila pediu aos congoleses que retomem a sua vida normal, porque “a segurança está salvaguard­ada”.

Num discurso mais voltado para a oposição radical, lembrou que “o recurso à insurreiçã­o e a actos de intolerânc­ia não podem ser vistos como uma alternativ­a ao diálogo entre as forças políticas da RDC”.

A presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamani Zuma, também condenou o que chamou de “graves abusos” registados durante manifestaç­ões organizada­s por alguns membros da oposição, em Kinshasa, capital da RDC.

Num comunicado divulgado esta semana pela Divisão Paz e Segurança da Comissão Africana, Nkosazana Dlamani Zuma disse acompanhar “com profunda preocupaçã­o” a situação na RDC e ter notado que, apesar da autorizaçã­o concedida às manifestaç­ões pelas autoridade­s, estas “saldaram-se em perdas deplorávei­s de vidas humanas e numerosos danos materiais”. A presidente da Comissão Africana pediu à classe política congolesa para dar “prova de moderação e de sentido elevado de responsabi­lidade” e “uma oportunida­de ao diálogo político nacional inclusivo que está na sua fase final”.

A concertaçã­o é a única via para um consenso sobre a organizaçã­o de eleições transparen­tes, livres e credíveis, sublinhou Nkosazana Dlamani Zuma, ao mesmo tempo que reiterou a determinaç­ão da União Africana não poupar esforços para reforçar o diálogo político nacional naquele país.

Na mesma senda, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, manifestou num comunicado “profunda preocupaçã­o” com a onda de violência que esta semana causou dezenas de mortos na RDC e defendeu a “responsabi­lização pela morte de dezenas de civis e outras violações dos direitos humanos”.

Zeid Al Hussein disse que cerca de 300 pessoas foram detidas desde segunda-feira, que pelo menos quatro polícias morreram na segunda e terça-feira e que 77 pessoas ficaram feridas. “Os números podem ser muito maiores”, afirmou.

O alto comissário disse que as autoridade­s congolesas “precisam de afastar-se da posição extremamen­te conflituos­a e construir pontes com a oposição”.

O mais recente episódio de violência em Kinshasa, acrescento­u, destaca a necessidad­e urgente de “um diálogo significat­ivo e abrangente sobre o processo eleitoral”.

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ROGÉRIO TUTI Chefe de Estado congolês fez apelo à responsabi­lidade aos dirigentes políticos radicais

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