Iraque propõe acordo de produção do crude
Os 14 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) devem negociar, nesta quarta-feira, em Argel, critérios para combater o excedente na oferta global que se abateu sobre os preços para menos da metade, em relação aos indicadores alcançados no ano de 2014.
A organização pode discutir propostas para limitar a produção, com a Rússia e outros países fora do grupo. As negociações propostas indiciam uma provável reconsideração pela OPEP da política liderada pelos sauditas, adoptada pelo grupo em 2014, que permite que os membros aumentem a sua produção para defender a participação de mercado.
As condições do mercado de petróleo estão melhores do que em Abril, quando os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo tentaram, sem sucesso, chegar a um acordo com outros produtores, incluindo a Rússia, para estabilizar os mercados, disse Falah al-Amri, representante do Iraque no cartel produtor.
Ao falar numa conferência sobre a energia que decorreu em Fujairah, nos Emirados Árabes Unidos, o representante iraquiano na OPEP considerou certo o momento para a organização chegar a um acordo sobre produção de petróleo, pois, avançou, “os preços podem cair se os membros da organização não tomarem uma decisão, quando se reunirem esta semana em Argel.”
“Alguns países, incluindo o Irão, já ampliaram a sua produção e atingiram novas metas. Porém, os preços actuais do petróleo não são bons para os produtores”, disse Falah al-Amri. “Este é o momento certo” para um acordo, admitiu, acrescentando que os preços não devem, certamente, subir para mais de 50 dólares o barril, a menos que a OPEP reduza a sua produção.
O Iraque não deve participar de nenhuma medida para reduzir os preços e não pretende inundar o mercado com a sua produção, disse Falah al-Amri, também director-geral da empresa iraquiana Oil Marketing, conhecida por Somo. O país injectou 4,775 milhões de barris por dia em Janeiro, um aumento modesto em relação à sua produção de 1979, de 3,8 milhões.
O Iraque, segundo maior produtor da OPEP, atrás da Arábia Saudita, vende toda a sua produção.