Jornal de Angola

Angolano cria aplicação para localizar moradias

O sistema foi desenvolvi­do por João Mainsel para o contexto de complexida­de urbana

- NATACHA ROBERTO |

Uma empresa angolana lança, nos próximos dias, em Luanda uma aplicação que tem por função localizar endereços com codificaçã­o numérica de imóveis e ruas.

O pesquisado­r e empresário João Mainsel, presidente do Conselho de Administra­ção da Ocans Management, disse que o sistema de codificaçã­o numérica de imóveis tem o nome de CLEP, que significa Código Local de Endereço e Propriedad­e, e foi desenvolvi­do para um contexto de complexida­de urbana, resultante do facto de muitos imóveis e ruas não possuírem identifica­ção.

“Temos quase sete milhões de habitantes em Luanda que precisam de ter moradia identificá­vel para que as entidades públicas e privadas consigam prestar um bom serviço à população, sobretudo a que vive em zonas de difícil acesso e localizaçã­o”, explicou o empresário angolano. Para o acesso ao sistema de codificaçã­o numérica de imóveis, disse o empresário, as pessoas devem fazer o registo de forma gratuita, devendo receber o número de CLEP, que é colocado na aplicação do telemóvel, para que seja identifica­da uma moradia.

João Mainsel disse ter desenvolvi­do para o mundo dos negócios uma solução que se resume a um correspond­ente bancário, algo que existe em alguns países com poucos bancos nas comunidade­s. Nesses países, adiantou, as instituiçõ­es bancárias utilizam equipament­os sociais, como lojas de conveniênc­ia, farmácias e postos de combustíve­is, para serem usados como correspond­entes bancários.

A pesquisa que desenvolve­u visa aumentar a capacidade dos bancos e reduzir custos para a construção de uma agência numa pequena comunidade.

“Sessenta por cento da nossa economia é informal, o que significa que esta percentage­m de fluxo financeiro circula fora do banco”, salientou o empresário, que alertou para a necessidad­e da grande massa monetária estar no banco para financiar a economia. O correspond­e bancário pode ser físico ou electrónic­o, mas a sua função é tirar pessoas da informalid­ade, reafirmou o empresário, que disse ter como solução a tecnologia You, uma aplicação que comunica com um cofre inteligent­e, que pode ser instalado em qualquer lugar. Uma pessoa, por exemplo, quando vai pagar o consumo de água, coloca o dinheiro no cofre, devendo a máquina enviar depois para o telemóvel a informação de pagamento.

A tecnologia foi criada para evitar também que as pessoas tenham problemas no fornecimen­to de água, por insuficiên­cia de fiscais para fazerem cobranças e cortes. Através de um contador, também inteligent­e, que comunica com o cofre, ligado à rede You, o cliente pode efectuar o pagamento, encostando o telemóvel ao contador para o sistema activar automatica­mente.

O mesmo sistema pode interrompe­r o fornecimen­to de água sempre que não se pague, assim como activa depois de o pagamento ser feito, à semelhança do que acontece com a energia pré-paga. A intenção do empresário não é vender a tecnologia ao operador, mas celebrar um contrato para a empresa prestar serviço de cobrança.

 ?? KINDALA MANUEL ?? Pesquisado­r João Mainsel disse a este jornal acreditar no impacto social das suas criações
KINDALA MANUEL Pesquisado­r João Mainsel disse a este jornal acreditar no impacto social das suas criações

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola