Angolano cria aplicação para localizar moradias
O sistema foi desenvolvido por João Mainsel para o contexto de complexidade urbana
Uma empresa angolana lança, nos próximos dias, em Luanda uma aplicação que tem por função localizar endereços com codificação numérica de imóveis e ruas.
O pesquisador e empresário João Mainsel, presidente do Conselho de Administração da Ocans Management, disse que o sistema de codificação numérica de imóveis tem o nome de CLEP, que significa Código Local de Endereço e Propriedade, e foi desenvolvido para um contexto de complexidade urbana, resultante do facto de muitos imóveis e ruas não possuírem identificação.
“Temos quase sete milhões de habitantes em Luanda que precisam de ter moradia identificável para que as entidades públicas e privadas consigam prestar um bom serviço à população, sobretudo a que vive em zonas de difícil acesso e localização”, explicou o empresário angolano. Para o acesso ao sistema de codificação numérica de imóveis, disse o empresário, as pessoas devem fazer o registo de forma gratuita, devendo receber o número de CLEP, que é colocado na aplicação do telemóvel, para que seja identificada uma moradia.
João Mainsel disse ter desenvolvido para o mundo dos negócios uma solução que se resume a um correspondente bancário, algo que existe em alguns países com poucos bancos nas comunidades. Nesses países, adiantou, as instituições bancárias utilizam equipamentos sociais, como lojas de conveniência, farmácias e postos de combustíveis, para serem usados como correspondentes bancários.
A pesquisa que desenvolveu visa aumentar a capacidade dos bancos e reduzir custos para a construção de uma agência numa pequena comunidade.
“Sessenta por cento da nossa economia é informal, o que significa que esta percentagem de fluxo financeiro circula fora do banco”, salientou o empresário, que alertou para a necessidade da grande massa monetária estar no banco para financiar a economia. O corresponde bancário pode ser físico ou electrónico, mas a sua função é tirar pessoas da informalidade, reafirmou o empresário, que disse ter como solução a tecnologia You, uma aplicação que comunica com um cofre inteligente, que pode ser instalado em qualquer lugar. Uma pessoa, por exemplo, quando vai pagar o consumo de água, coloca o dinheiro no cofre, devendo a máquina enviar depois para o telemóvel a informação de pagamento.
A tecnologia foi criada para evitar também que as pessoas tenham problemas no fornecimento de água, por insuficiência de fiscais para fazerem cobranças e cortes. Através de um contador, também inteligente, que comunica com o cofre, ligado à rede You, o cliente pode efectuar o pagamento, encostando o telemóvel ao contador para o sistema activar automaticamente.
O mesmo sistema pode interromper o fornecimento de água sempre que não se pague, assim como activa depois de o pagamento ser feito, à semelhança do que acontece com a energia pré-paga. A intenção do empresário não é vender a tecnologia ao operador, mas celebrar um contrato para a empresa prestar serviço de cobrança.