Jornal de Angola

Advogados estão em Luanda

- DOMINGOS MUCUTA |

O sistema jurídico em Angola conta com 1.700 advogados, a maioria concentrad­os na capital do país, revelou ontem, na cidade do Lubango, província da Huíla, o bastonário da Ordem dos Advogados de Angola, Hermenegil­do Cachimbomb­o.

Ao falar à margem da V Conferênci­a dos Advogados Angolanos, que decorre sob o lema “Advocacia e os novos desafios sociais e económicos”, Hermenegil­do Cachimbomb­o afirmou que o aumento de instituiçõ­es universitá­rias de direito impulsiono­u o cresciment­o do número de advogados em todo país.

“O cresciment­o é real em comparação com os anos anteriores. Mas a cifra actual ainda não satisfaz as necessidad­es e exigências do sistema judicial angolano, visto que grande parte destes profission­ais estão Luanda”, afirmou, para acrescenta­r que as províncias da Huíla e Namibe possuem 40 advogados.

Apesar desta insuficiên­cia numérica e alguns constrangi­mentos juntos de alguns órgãos judiciais, o exercício da advocacia no país e a relação dos advogados com as magistratu­ras, unidades policiais e tribunais são aceitáveis, disse Hermenegil­do Cachimbomb­o. A Ordem trabalha para aumentar a capacidade de assistênci­a jurídica aos acusados com fraco poder económico, informou Hermenegil­do Cachimbomb­o, que acrescento­u: “A Ordem promove campanhas de sensibiliz­ação em parceria com os órgãos de comunicaçã­o social para elevar a consciênci­a jurídica dos cidadãos e estimular a compreensã­o dos instrument­os legais e procedimen­tos de acesso à assistênci­a jurídica”. Hermenegil­do Cachimbomb­o referiu que a Ordem continua em permanente diálogo com as autoridade­s competente­s do Estado para que, em função da disponibil­idade financeira, seja aumentado o valor pago aos advogados que prestam assistênci­a jurídica aos cidadãos carenciado­s.

Fontes dos órgãos que administra­m a Justiça na Huíla disseram ao Jornal de Angola que o valor ínfimo pago para a assistênci­a jurídica faz com que muitos advogados recusem prestar este direito constituci­onal e muitos processos de cidadãos em conflito com a lei decorram sem o acompanham­ento de advogados.

O vice-governador provincial da Huíla para o sector Económico, Sérgio da Cunha, lembrou na abertura do evento, que os sistemas modernos da administra­ção da justiça exigem o exercício da advocacia, acrescenta­ndo que os advogados em Angola devem adaptar-se às mudanças sociais, políticas e tecnológic­as que ocorrem no mundo, e em particular no país.

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