Kyaku Kyadaff brilha no festival
Compositor conquistou também o prémio de Melhor Produção uma inovação do concurso
A canção “Mbi ya Nany”, interpretada pelo concorrente Armm Ondkamú, da autoria de Kyaku Kyadaff, sagrou-se vencedora da XIX edição do Festival da Canção de Luanda, realizada sextafeira, no pátio da rádio Antena Comercial (LAC).
A música foi eleita pelo júri Grande Prémio da Canção, troféu atribuído ao autor da música que junta o melhor conjunto de itens exigidos pelo regulamento (composição e produção).
A mesma canção permitiu a Kyaku Kyadaff o prémio de Melhor Produção, uma categoria incluída este ano que visa prestigiar a figura do produtor e o génio criativo. O artista recebeu, pelos dois prémios, um total de um milhão e 200 mil kwanzas.O músico disse que a conquista prova que a aposta nos jovens talentos deve continuar. “É uma aposta que fiz por acreditar na força e capacidade de desconhecidos pelo público, tal como fui um dia, por isso o prémio é gratificante”.
Ainda com o tema “Mbi ya Nany”, Armm Ondkamú venceu a categoria Interpretação da Canção Vencedora. O cantor recebeu 200 mil Kwanzas. Disse que o troféu é o incentivo que precisava para dar continuidade a carreira, que ainda está no início.
O júri do XIX Festival da Canção de Luanda, presidido por Calabeto, ladeado por Cremilda de Lima, Yola Semedo, Luto Costa e Ana Paula Godinho, elegeu para Melhor Voz a cantora Lípsia, que concorreu com a canção “Tic Tac”, Melhor Letra a Lídio Gomes, pelo tema “Lagrimas”, de sua autoria. O Prémio LAC Unitel Auditores, uma categoria com votação total do público por mensagens telefónicas, foi atribuido a Branca Celeste que concorreu com o tema “Twendy Kavaly”.
A gala de atribuição de prémios aos vencedores da XIX foi uma verdadeira festa de descoberta de talentos da música. O júri assumiu publicamente tido dificuldades para elegernos vencedores. Da interpretação, voz e composição, os concorrentes estiveram muito equiparadas, disse o presidente ao Jornal de Angola, para quem qualquer um podia ser vencedor, apesar e haver alguns itens que os diferenciou. O semba, kilapanga e afro jazz foram os ritmos escolhidos pelos concorrentes. Uma viagem de camboio aos quatro cantos de Angola foi o que a habitual rapsódia retratou numa homenagem aos cominhos-de-ferro. Passando por várias estações, desde às destruídas pela guerra, e as no activo, como Zenza do Itombe, Canhoca, Lobito, Bungo e Moçamedes, actores, bailarinos e músicos, entre crianças e adultos, apresentaram diferentes manifestações a representar os locais por onde alguma vez o apito do comboio já soou. A rapsódia, com o tema “Nos trilhos da música... um comboio de canções”, incluiu 16 temas de Duo Canhoto, João Alexandre, Gabriel Tchiema, Walter Ananás, Moniz de Almeida, Gisela Silva, Anabela Aya, Gari Sinedima, Paula Miranda e Krhis MC, que ao lado do Ballet Kilandukilu, no palco com uma carruagem construído artesanalmente, retratam o dia a dia de uma estação, axaltaram as belezas naturais e a diversidade cultural angolana.
Paula Miranda chamou atenção para a preservação da Palanca Negra Gigante, um animal encontrado apenas em Angola, na interpretação de canção “Malanje”. A rapsódia, com encenação de Maneco Vieira Dias e produção musical de Livongh, dedicou ao Carnaval, maior festa popular de Angola, o momento final da festa, que por sinal arrancou muitos aplausos sa plateia. Impressionada pela forma como os caminhos de ferro foram retratados, a ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, disse que apesar de a populacão ficar privada algum tempo deste importante meio de transporte, os os comboios sempre tiveram um significado especial para o povo angolano, motivo pelo qual se mostra feliz com a homenagem.
A coordenadora-geral do festival fez um balanço positivo do concurso, pela realização do mesmo ter se acontecido sem constrangimentos apesar dos parcos apoios financeiros para este ano, o que motivou a sua realização no pátio da rádio LAC. Luísa Fancony assumiu o compromisso contínuo na aposta no génio criativo do artista angolano.