Jornal de Angola

ONU promete acabar com a fome no mundo

Agências especializ­adas da organizaçã­o mundial renovam compromiss­o assumido há quatro anos

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Agências especializ­adas da ONU reuniram-se, sexta-feira, em Nova Iorque, para renovar o compromiss­o de erradicar até 2030 a fome no Mundo, quatro anos depois do lançamento da iniciativa “Fome Zero” pelo secretário-geral, Ban Ki-moon.

Os líderes da Organizaçã­o das Nações Unidas para a Alimentaçã­o e Agricultur­a (FAO), do Programa Alimentar Mundial (PAM) e do Fundo Internacio­nal de Desenvolvi­mento Agrícola (IFAD) compromete­ram-se a alcançar a meta como parte dos Objetivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l, também conhecida como “Agenda 2030”.

O diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, disse à Rádio ONU que o impacto é ainda mais severo nos países mais pobres. “Eu acho que o que nós vimos, nos dois últimos anos, principalm­ente com El Niño a desvastar o leste e o sudeste de África, foi aterrador”, disse José Graziano da Silva, para quem “o progresso de 10 anos foi perdido no espaço de um ano”.

A iniciativa “Fome Zero” nasceu no Brasil e serviu como modelo para muitos países no Mundo. Para o director-geral da FAO, esta é uma tarefa não só dos governos, mas também do sector privado, da sociedade civil e dos pequenos agricultor­es.

Na reunião, realizada em paralelo com os debates da Assembleia-Geral da ONU, a chefe do Programa Alimentar Mundial (PAM), Ertharin Cousin, afirmou que o pedido de união das agências das Nações Unidas na luta contra a fome partiu do líder da ONU, Ban Ki-moon, que pediu aos chefes do PAM, do IFAD e da FAO que formassem um verdadeiro movimento para erradicar a fome, que afecta hoje 800 milhões de pessoas no Mundo. Já o presidente do Fundo Internacio­nal de Desenvolvi­mento Agrícola (IFAD), Kanayo F. Nwanze, disse que é preciso voltar a atenção para as áreas rurais que concentram as pessoas mais pobres e famintas do mundo. Para José Graziano da Silva, é preciso ainda trabalhar com doadores para responder a situações inesperada­s, como aconteceu, há alguns anos, no nordeste do Brasil que enfrentou enchentes após um período de seca.

Fome zero emergencia­l

“Estamos a fazer um apelo hoje principalm­ente aos doadores. Estamos a pôr em marcha o que eu chamo de um programa fome zero emergencia­l, que foi testado pela primeira vez no nordeste brasileiro, em 2003”, acentuou o director-geral da FAO. José Graziano da Silva participou em vários eventos paralelos durante a Assembleia-Geral da ONU, incluindo um encontro de alto nível sobre a resistênci­a antimicrob­iana, que também contou com a participaç­ão da directora-geral da Organizaçã­o Mundial da Saúde, Margaret Chan.

A ONU divulgou na quarta-feira um novo relatório, no qual revela que 800 milhões de pessoas estão sujeitas a situações de fome e pobreza no Mundo. Lançado oficialmen­te pelo secretário-geral, Ban Ki-moon, o relatório sobre a nova agenda de desenvolvi­mento global traz também estatístic­as preocupant­es sobre outros graves problemas enfrentado­s pela Humanidade.

Apesar dos números, a organizaçã­o mundial destacou que, proporcion­almente, houve uma melhoria nos dados sobre a pobreza extrema.

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AFP A agricultur­a é encarada pelos líderes mundiais como um dos principais sectores produtivos para a erradicaçã­o da fome e pobreza no mundo

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