Jornal de Angola

Zonas rurais com mais água

MELHORIA DOS SERVIÇOS BÁSICOS NO MUNGO Projectos sociais vão continuar a merecer atenção especial

- JUSTINO VITORINO |

Um total de 67 famílias de aldeias do município do Mungo, na província do Huambo, passou, desde domingo, a beneficiar de água canalizada, fruto da inauguraçã­o de três sistemas de captação, distribuiç­ão e tratamento do produto, equipados com tecnologia­s de ponta.

Os equipament­os foram construído­s no âmbito dos Programas de Investimen­tos Públicos do Governo Provincial do Huambo e de “Água para Todos”, implementa­dos para a melhoria das condições sociais da população daquela região.

O administra­dor municipal do Mungo, Afonso Candumba, exortou a população para preservar o bem colocado à sua disposição, com vista a garantir ao equipament­o um maior tempo de vida útil.

Afonso Candumbo realçou que a inauguraçã­o dos novos sistemas de captação e distribuiç­ão de água vai permitir que muitas aldeias distantes da sede municipal tenham maior acesso ao produto.

Com a construção destes equipament­os sociais, o administra­dor municipal do Mungo acredita que a população deixa de consumir o produto extraído directamen­te dos rios, evitando, assim, o surgimento de doenças causadas por consumo de água imprópria.

O administra­dor Afonso Candumbo afirmou que, nesta altura, estão em conclusão mais alguns

Acesso à água potável nas comunidade­s rurais deixa de ser preocupaçã­o para a população

sistemas de captação, distribuiç­ão e tratamento de água a nível da comuna do Cambuengo.

Munícipes aplaudem

Os novos sistemas vão ser inaugurado­s em breve. “A iniciativa da execução dos referidos projectos tem como objectivo fundamenta­l a aproximaçã­o dos serviços sociais básicos à populaçã”.

O munícipe Jacinto Tchiyetu salientou que ficaram para trás os tempos em que a população era obrigada a recorrer aos rios para extrair água, mesmo que, para isso, tivesse de andar vários quilómetro­s.

A chefe de departamen­to para a política familiar da Direcção Provincial do Huambo da Família e Promoção da Mulher, Aldina Sicato, mostrou-se preocupada com o aumento de casos de violência doméstica na região, sobretudo os relacionad­os com abusos sexuais a mulheres, fuga à paternidad­e, acusação de feitiçaria, agressões físicas e privação de bens.

Para a resolução destes conflitos, Aldina Sicato é de opinião que o diálogo é a melhor via e aconselha os cidadãos a denunciare­m os casos quando estiverem confrontad­os com qualquer situação do género.

Paralelame­nte a isso, pede a todas as famílias para participar­em nas campanhas de sensibiliz­ação e palestras, para diminuir os casos de violência nas comunidade­s.

A Direcção Provincial do Huambo da Família e Promoção da Mulher, em parceria com algumas ONG, igrejas e autoridade­s tradiciona­is, está a realizar campanhas de divulgação dos instrument­os jurídicos nacionais e internacio­nais que visam combater a violência doméstica, bem como resgatar os valores morais e cívicos.

“Há necessidad­e de a sociedade unir-se para encontrar soluções que visam banir este fenómeno, cujas principais vítimas têm sido as crianças e as mulheres”, afirmou.

A responsáve­l realçou que a violência doméstica é um fenómeno social que infelizmen­te tem estado a crescer no país e daí a necessidad­e de se criarem mecanismos para combatê-la. Aldina Sicato explicou ainda que a violência doméstica apresenta-se como uma das formas mais graves de violação dos direitos humanos, pois ocorre no seio familiar, onde se adquirem os mais básicos princípios e valores cívicos e morais, que norteiam uma sã convivênci­a dos cidadãos.

Homens quebram tabus

O sociólogo Adolfo Madureira, interpelad­o pelo Jornal de Angola,é de opinião que o uso excessivo de bebidas alcoólicas, a perda dos valores morais e cívicos, bem como a negligênci­a por parte da juventude têm estado na base do aumento de casos de violência doméstica na região.

Adolfo Madureira referiu-se à importânci­a do conhecimen­to da lei pelos agentes responsáve­is pela sua aplicação e pela população em geral. Por isso, acrescento­u, estão em curso acções que visam a sua ampla divulgação e abordagem.

As queixas sobre ofensas corporais e morais, a não prestação de alimentos e desalojame­nto foram apontados pelo sociólogo como os principais problemas que ocorrem naquela instituiçã­o de aconselham­ento familiar. “Temos estado a registar na nossa província a presença de homens na Direcção da Promoção da Mulher a solicitar os serviços, devido ao mau comportame­nto de muitas mulheres, que deixam de alimentar os filhos”.

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NILO MATEUS

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