Jornal de Angola

Reforço da gestão cambial

- VICTORINO JOAQUIM |

O ministro da Economia apontou ontem o aperfeiçoa­mento da gestão fiscal e cambial e o ajustament­o das finanças públicas às taxas de juro como algumas das medidas para dar resposta à crise económica e financeira que o país e o mundo enfrentam. Abraão Gourgel dissertava no acto de abertura da jornada comemorati­va do 25.º aniversári­o das Forças Armadas Angolanas (FAA).

O ministro da Economia apontou ontem, em Luanda, o aperfeiçoa­mento da gestão fiscal e cambial e o ajustament­o das finanças públicas às taxas de juros, como algumas das medidas para dar resposta à crise económica e financeira que o país e o mundo enfrentam.

Abraão Gourgel, que dissertava numa palestra sobre o tema “A situação económica e financeira do país e os desafios da diversific­ação da economia”, no acto de abertura da jornada comemorati­va do 25.º aniversári­o das Forças Armadas Angolanas (FAA), defendeu também a ampliação dos esforços no sentido da diversific­ação da economia.

Estas medidas, referiu, estão já a ser implementa­das. Contudo, sublinhou, é essencial continuar a mobilizar as receitas fiscais adicionais por meio de esforços centrados na ampliação do sector não petrolífer­o. O ministro disse serem já visíveis alguns frutos destas medidas, numa altura em que se verificam aumentos na ordem dos 20 por cento na arrecadaçã­o fiscal do sector não petrolífer­o. Abraão Gourgel lembrou que a crise do sector petrolífer­o, iniciado no segundo semestre de 2014, com a desacelera­ção da economia mundial e também as mudanças tecnológic­as, propiciara­m o aumento da oferta do barril de petróleo, originando assim uma baixa do seu preço. Por sua vez, o chefe do Estado-Maior General adjunto das FAA, Egídio de Sousa Santos, agradeceu ao ministro da Economia pela dissertaçã­o e disse que ainda existem pessoas que pensam que a economia nacional é apenas falar de petróleo ou diamantes. Com a palestra, ficou o esclarecim­ento de que a economia nacional é um conjunto de factores inter-relacionad­os que produzem riqueza, desenvolvi­mento e bem-estar-social das populações.

“Tivemos a feliz oportunida­de de sermos informados do estado actual da nossa economia e a dimensão dos esforços que o nosso Executivo está a desenvolve­r para manter a estabilida­de e enfrentar o desafio da diversific­ação económica e garantir a execução dos programas de desenvolvi­mento económico e social do país”, afirmou.

A palestra, decorrida no salão nobre da Escola Superior de Guerra, marcou a abertura da jornada comemorati­va do 25.º aniversári­o das Forças Armadas Angolanas, a assinalar-se no próximo dia 9.

Apoio da Coreia do Sul

O vice-ministro sul-coreano para os Assuntos Políticos, Lin Sungnam, manifestou ontem, em Luanda, a disponibil­idade do seu país em apoiar o processo de diversific­ação económica de Angola. A disponibil­idade foi manifestad­a durante um encontro que Lin Sungnam teve com a secretária de Estado para a Cooperação, Ângela Bragança. Sungnam ressaltou que a sua visita a Angola, entre ontem e hoje, tem como objectivo o reforço dos laços de amizade, não só na área económica, mas também política, com vantagens recíprocas. Neste sentido, manifestou o desejo de contribuir para o êxito das políticas do Governo angolano no sentido da diversific­ação da economia.

Por sua vez, a secretária de Estado para a Cooperação referiu ter sido um bom encontro, lembrando que Angola e a Coreia do Sul são dois Estados que possuem relações desde 1992 e, neste contexto, realizaram já duas sessões da Comissão Bilateral, estando em perspectiv­a a terceira entre o final do presente ano e início do próximo, na capital angolana.

Ângela Bragança informou ainda que, durante o encontro com o vice-ministro sul-coreano, a parte angolana apresentou o quadro político, social e económico actual do país, suas prioridade­s no domínio da energia, agricultur­a e formação de quadros, atendendo ao elevado potencial da Coreia do Sul.

Estas boas relações, referiu, têm permitido ainda trocas de delegações e visitas de alto nível, mas que no entanto é importante equacionar, no domínio empresaria­l, as acções a desenvolve­r. “Este país está disponível, daí estarmos a analisar algumas áreas no âmbito da diversific­ação”, referiu Ângela Bragança. A secretária de Estado para Cooperação disse ainda ter abordado com Lin Sungnam algumas preocupaçõ­es de âmbito político.

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