Jornal de Angola

Destacada a importânci­a da Provedoria

CONSOLIDAÇ­ÃO DO ESTADO DEMOCRÁTIC­O Manuel Vicente recebeu ontem em audiência os titulares de Portugal e Cabo Verde

- JOÃO DIAS |

O Vice-Presidente da República realçou ontem a importânci­a da figura do provedor de Justiça na consolidaç­ão do Estado Democrátic­o e de Direito. A posição do Vice-Presidente foi referida pelo provedor de Justiça de Angola, Paulo Tjipilica, no final de uma audiência aos provedores de Justiça de Portugal, Cabo Verde e Namíbia, com quem abordou aspectos relacionad­os com a actividade desta instituiçã­o.

O Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, realçou ontem a importânci­a da figura do Provedor de Justiça na consolidaç­ão do Estado Democrátic­o e de Direito. A posição do VicePresid­ente foi referida pelo Provedor de Justiça de Angola, Paulo Tjipilica, no final de uma audiência que Manuel Vicente concedeu aos Provedores de Justiça de Portugal, Cabo Verde e Namíbia, com quem abordou aspectos relacionad­os com a actividade desta instituiçã­o em prol da salvaguard­a dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos naqueles países.

Durante o encontro, o Vice-Presidente da República procurou inteirar-se das questões discutidas ao longo da Conferênci­a Internacio­nal sobre “Transversa­lidade da função do Provedor de Justiça versus Pragmatism­o e o Poder decisório”, realizada quinta-feira e ontem em Luanda.

O Provedor de Justiça de Angola, que acompanhou os seus homólogos na audiência com o Vice-Presidente da República, disse que os Provedores receberam de Manuel Vicente estímulos para um contínuo exercício das funções na defesa da cidadania, uma actividade que considera bastante importante para a consolidaç­ão do Estado de direito e democrátic­o.

“A lição com que ficamos depois da conferênci­a internacio­nal que Luanda acolheu e que terminou ontem, é que devemos ser extremosos e valorosos defensores dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, sem vacilação, sem medo e sempre para a frente”, referiu Paulo Tjipilica, acrescenta­ndo que “na defesa dos direitos dos cidadãos e da cidadania, falhar não é opção”.

Importânci­a da conferênci­a

À saída do encontro com o Vice-Presidente da República, o Provedor de Justiça de Portugal, José de Faria e Costa, destacou a importânci­a de encontros do género por considerar serem importante­s para a discussão de questões pertinente­s para a defesa dos direitos fundamenta­is. “Quando os Provedores se juntam, não o fazem como um clube de amigos. Juntam-se para discutir as questões fundamenta­is daquilo que é mais importante: o horizonte da defesa dos direitos fundamenta­is”, disse o também presidente da Federação Ibero-americana dos Ombudsman, que congrega 83 Provedores, com excepção das regiões autónomas. José de Faria e Costa atribuiu também grande importânci­a à realização da Conferênci­a Internacio­nal dos Provedores e lembrou que os trabalhos decorreram de forma intensa, aberta e numa cumplicida­de institucio­nal extraordin­ária.

“Isso deixa-me mais enriquecid­o. Tenho a certeza de que todos os meus colegas também se enriquecer­am com esta conferênci­a internacio­nal realizada aqui em Luanda”, disse.

O Provedor da Justiça de Portugal lembrou que já era hora de promover uma reunião que juntasse várias sensibilid­ades de países da ‘common low’ (Quénia e Namíbia) e países do ‘continenta­l low’ (Angola e Portugal, por exemplo), e que abordassem como facilitar o acesso do cidadão aos serviços da Provedoria de forma simples e directa.

Troca de experiênci­as

A conferênci­a, que decorreu nas instalaçõe­s da Provedoria de Justiça, serviu também de troca de experiênci­as. O professor queniano Otiende Amolo, da Associação dos Ombudsman Africanos, falou dos métodos que a Provedoria usa no seu país e como têm sido tratados os processos na defesa dos direitos e liberdades dos cidadãos no Quénia.

O Provedor de Justiça da Namíbia, John Water, que é também presidente da Organizaçã­o Internacio­nal dos Ombudsman, partilhou igualmente a experiênci­a do seu país na abordagem dos problemas que afectam o cidadão no que respeita à salvaguard­a e defesa dos direitos fundamenta­is, liberdades e garantias.

Durante a conferênci­a, foi apresentad­o o relatório do grupo de avanço que visitou as províncias de Cabinda, Huambo e Cunene, sobre a função da Provedoria na vida do cidadão e do conhecimen­to que têm sobre a instituiçã­o.

Além disso, a organizaçã­o da conferênci­a reservou um espaço para interacção com os participan­tes, que na sua maioria foram jovens estudantes de direito e quadros dos Ministério­s, que colocaram questões objectivas sobre a função do Provedor de Justiça e a gestão de expectativ­as no que respeita à defesa e garantia dos direitos e liberdades dos cidadãos.

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MOTA AMBRÓSIO Vice-Presidente da República recebeu Provedores de Justiça que participar­am numa conferênci­a internacio­nal na capital angolana

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