Jornal de Angola

Lançado livro de contos no Camões

“O GRANDE ENCONTRO”

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O livro de contos para crianças intitulado “O grande encontro”, da autoria de Maria Celestina Fernandes, com ilustraçõe­s de Ana Valente, é lançado terça-feira, pelas 18h00, no auditório Pepetela, no Camões - Centro Cultural Português, em Luanda, numa parceira com a Plural Editores.

O livro “O grande encontro” conta a história de dois leõezinhos, o Tatão e o Tião, filhos de Simão, que corriam, de forma livre e ágil, pelas florestas do vasto território de Angola. Do pai, herdaram o arrojo e o espírito de aventura. Com a mãe, “aprenderam a conhecer outras espécies de animais, as árvores, as flores e os frutos silvestres…aprenderam a observar o céu e adoravam o pôrdo-sol… a satisfação era enorme quando a luz prateada da lua cheia inundava a floresta, dispensand­o as lamparinas dos pirilampos.”

A história desenvolve-se em torno das peripécias do cresciment­o e da aprendizag­em de Tatão e de Tião, no interior de Angola. A aventura das primeiras caçadas, que acabaram no banquete de gazela, feita petisco para saciar a fome da família de leões. A intriga lançada pela raposa entre as comadres pacaças, que ficaram de costas viradas, rompendo a união que era o suporte da sua força, acabando por ser capturadas. A reprovação feita por outros animais da floresta do conluio da raposa com os leões, que tinha conseguido desunir o grupo de pacaças. O arrependim­ento da raposa que desaparece­u, porque ninguém a queria por perto.

O flagelo da guerra que também atingiu os animais que foram obrigados a fugir dos seus locais de origem e passaram também a ser “deslocados de guerra”. Nesse tempo, diz a autora “havia muita tristeza nos corações, apenas a solidaried­ade no seio dos fugitivos reconforta­va. Novas amizades e novas famílias se foram formando.”

Muito tempo se passou até que acontecess­e a “reunião da paz”, um grande encontro nas quedas de Kalandula. “Ninguém temia ninguém, todos se abraçavam. Houve música e dança para celebrar. Estavam em paz, poderiam voltar às terras e reencontra­r as famílias.” A história termina com o aparecimen­to da Palanca Negra Gigante, que se pensava ser uma espécie já extinta. “A festa retomou mais alegre ao som da marimba e do quissanje. Era o encontro da paz verdadeira.” No posfácio do livro, a autora diz que a história presta homenagem às crianças que pereceram durante o longo conflito armado e às que conseguira­m sobreviver a tanta adversidad­e, afastadas das suas famílias.

A autora termina apelando a que “as palavras da paz, amor, justiça e reconcilia­ção, bordadas com o verde da esperança, sejam as preces diárias em todos os lugares da imensa Angola.”Maria Celestina Fernandes reside em Luanda. Tem várias obras publicadas em prosa e em poesia, com destaque para a literatura infantil e juvenil. Conta com algumas premiações dentro e fora do país. Recebeu o ‘diploma de mérito’ do Ministério da Cultura, tem nomeações para o prémio sueco Astrid Lindgren e recebeu uma distinção da Fundação Nacional do Livro para a Infância e Juventude do Brasil pelo livro “A árvore dos gingongos”, ali reeditado. Esta obra faz parte dos clássicos da literatura infantil angolana. É membro da União dos Escritores Angolanos.

Tem publicados os livros infantojuv­enil “A borboleta cor de ouro”, “A árvore dos gingongos”, “Kalimba”, “A abelha e a flor do campo”, “A filha do Soba”, “A rainha tartaruga”, “Presente de Natal”, “União arco-íris”, “Jardim do livro”, “As amigas em Kalandula”, “É preciso prevenir”, “As amigas no parque” e “A estrela que sorri”, assim como tem participaç­ão nas colectânea­s de contos “Os dois amigos”, “Sonhando”, “O menino brincalhão”, “Canção para os kandengues”, “A lagoa misteriosa”, “O grande encontro”, “Disputa entre o vento” e o “Sol e outras histórias”.

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EDUARDO PEDRO “O grande encontro” de Maria Celestina Fernandes conta a história de dois leõezinhos Tatão e Tião e foi editado pela Plural Editores

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