Peça Hotel Komarca regressa ao Alda Lara
O peça de teatro “Hotel Komarka”, do grupo Henrique Artes, volta a ser exibida hoje, e dias 9 e 16 de Outubro, às 20 horas, na escola Alda Lara, em Luanda.
“Hotel Komarka” é uma tragicomédia que narra a história de seis indivíduos dentro de uma cela, vivendo emoções, sonhos, tristezas e alegrias, mas sobretudo o desejo de liberdade por vias menos correctas.
Escrita em 2007 por Flávio Ferrão, a peça descreve a situação dos reclusos, conscientes das dificuldades, que lutam para se demarcarem da cadeia.
Encenado pelo próprio Flávio Ferrão, com direcção de Carla Gamboa, assistência de Clénir Cundi e iluminação de Kali Toso, o espectáculo é levado à cena pelos actores Benjamim Ferrão, na personagem de “Chefia”, Guibson, como “Boy Toy”, Ailton Silveiro, como “Chumbo”, Raul Lourenço como “TeleTubbie”, Samuel de Jesus, como “Tadeu”, José Maria Fernandes, como “Cafetão”, Leandro Alfredo, como “Turbo” e Indira Contreiras, como “Jurema”.
A peça já foi encenada nas províncias do Huambo, Huíla, Benguela, Cuanza Sul e Bié. Foi premiada no Festival Internacional do Cazenga, em Luanda, como melhor espectáculo cénico e teve Guibson como melhor actor.
A companhia já exibiu “Hotel Komarka” em Cabo Verde, no Festival de Mindelo, e no Brasil, no Festival de Amostra Latino-americana Piauí, em São Paulo. O espectáculo recebeu no Rio de Janeiro o prémio revelação do Festival Internacional de Teatro de Língua Portuguesa (FESTLP).
Fundado em Luanda, há 16 anos, no colégio técnico pré-universitário Henriques, por Flávio Ferrão, o grupo tem no seu reportório várias obras, com destaque para “Amor fatal”, “A sombra”, “Conspiração”, “Controvérsias sociais”, “Contra o tempo”, “Dançando com o lobo”, “Dossier leviano”, “É minha gente, temos o mesmo cheiro”, “Elvira”, “Eu vi e vivi, eles não eram loucos” e “História que marcou o Sul”.
O Coral Israel canta hoje, às 17 horas, no Palácio de Ferro, na baixa de Luanda, no âmbito da III Trienal de Luanda, e visa comemorar o Dia Mundial da Música, assinalado ontem em vários países do Mundo.
Com entradas livres, o concerto de música gospel conta a participação dos grupos convidados A Graça, Júnior Imucl, Caminhos do Senhor, Ngola Choir e Friendes Forever. Na sexta-feira à noite, estiveram o cantor Jay Lourenzo e o pianista João Oliveira, no âmbito do programa “Som ao vivo”, que registou casa cheia. O primeiro a exibir-se foi Jay Lourenzo, no palco “Bengo”, acompanhado pelos instrumentistas Cloves Esteves (guitarra), Pedro Nsingui (bateria), Osvaldo Casimiro (teclado), Apogeu Ageu (guitarra ritmo), Christoffer (guitarra baixo) e Vany Andrade (coro).
Com dois álbuns publicados, o cantor interpretou vários estilos, numa altura em que prepara o seu disco com as participações de Big Nelo, Sandokan, Moreno Paim, Celma Ribas, Phathar Mak, Djamila Delves, Yanick Afrom Man, Dr Pam, MC Diamond Dog, Jack Nkanga e Verbo.
Por sua vez, o pianista João Oliveira, mentor do projecto Kutonoka, há mais de três meses a brindar o público da III Trienal de Luanda, interpretou ritmos clássicos da Música Popular e tradicional angolana, além da soul music, bossa nova e jazz. Oriundo de uma família de músicos, João Oliveira, que começou a tocar acordéon aos 11 anos de idade, esteve em palco com Leo Espinosa (guitarra baixo), Marcelo Araújo (bateria), João Ferreira (percussão), Ricardo Toscano (saxofone alto e clarinete) e Miguel Gonçalves (trompete).
Desde Novembro do ano passado, já passaram pelo Palácio de Ferro centenas de artistas, entre cantores, instrumentistas, bandas e grupos de dança, dos mais diferentes géneros e estilos.
Os grupos Kituxi, Rebita Novatos da Ilha, União Elite do Maculusso, Banda Next, Sagrada Esperança, os artistas Anabela Aya, Duo Canhoto, Elias dya Kimuezu, Pedrito, Calabeto, Toty Sa'med, Proletário, Selda, Pedro Cabenha, Adão Minjy, Vum-Vum Kamusasadi e Gabriel Tchiema, entre outros, figuram entre os artistas que passaram no Palácio de Ferro.
A III Trienal decorre sob o lema “Da utopia à realidade”, constituindo um espaço de arte, símbolo de liberdade e uma plataforma para alargar o espectro do diálogo cultural e interacção entre praticantes de diferentes disciplinas artísticas.
É caracterizado pelo conceito “Do tradicional à arte multimedia”, e afigura-se como um exercício que se contrapõe à violência, respeita a diferença, redimensiona e valoriza o sujeito artístico de acção, tendo como objectivo o resgate, através das artes visuais, cénicas, plásticas e musicais.