TERCEIRO CONGRESSO DE CARDIOLOGIA E HIPERTENSÃO Bolsa beneficia médicos angolanos
A cardiologista e membro da Sociedade Europeia de Cardiologia, Regina Ribeira, anunciou ontem que foi assinado entre Portugal e Angola um acordo de bolsas de estudo para África lusófona que visa beneficiar todos os médicos interessados em fazer a especialização na área de cardiologia em qualquer universidade portuguesa escolhida pelo candidato.
Regina Ribeira, que falava sobre a experiência que o seu país trazia para o III Congresso Angolano de Cardiologia e Hipertensão, disse que a bolsa de estudo, além de dar acesso à especialização em Portugal, também vai permitir aos médicos angolanos participar em qualquer fórum cardiológico na Europa.
A cardiologista portuguesa, que moderou o tema “Gestão de doentes com válvula cardíaca”, frisou que a área de cardiologia a nível do mundo tem sofrido grandes evoluções tanto do ponto de vista cirúrgico como medicamentoso, e isso permite que o doente seja tratado e acompanhado convenientemente sem que haja grandes prejuízos para o erário público.
“Este congresso permitiu que os cardiologistas angolanos trocassem experiência e adquirissem mais informação sobre as novas técnicas que outros países usam no tratamento das doenças cardiovasculares, e assim vão poder adequar isso à realidade de Angola”, referiu Regina Ribeiro, também membro da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.
O presidente da Sociedade Angolana de Cardiologia (SADCV), Mário Fernandes, agradeceu a iniciativa da congénere portuguesa pela assinatura do acordo de bolsas de estudo e em seguida anunciou o lançamento do portal de formação da sociedade lusófona de cardiologia, acrescentando que vai ser um instrumento precioso a que todos os cardiologistas poderão recorrer para dar continuidade à sua formação e fazer estágios permitidos pelo portal electrónico. Mário Fernandes, ao fazer ontem o encerramento do III Congresso de Cardiologia, na Escola Nacional de Administração, disse que uma das conclusões saídas do certame é continuar a proporcionar a partilha de experiências entre profissionais da área de cardiologia dos diferentes países com particular realce para a lusofonia, com o fim de agregar valias que visam a melhoria da saúde cardiovascular em Angola.
Os participantes concluíram que a febre reumática em Angola está na base dos elevados casos de doenças cardiovasculares que os hospitais registam e, por isso, urge fazer-se convenientemente rastreios de amigdalites de repetição e fazer a ecocardiografia como método de diagnóstico da febre reumática.
Mário Fernandes disse que é de extrema importância todos prestarem especial atenção à prevenção, porque só assim Angola vai reduzir o número de mortes por doenças cardiovasculares.
A medição regular da tensão arterial, o consumo reduzido do sal e de bebidas alcoólicas, a eliminação do tabaco, a alimentação regrada e a prática regular de exercícios físicos foram os conselhos dados pelos especialistas para toda a gente ter o coração saudável.