UNTA convidada para desfilar em Cuba
A UNTA-Confederação Sindical, maior associação sócio-profissional em Angola, foi sexta-feira convidada pela sua congénere cubana para participar no próximo ano, em Havana, no desfile central alusivo ao 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador.
O convite foi feito pelo secretário-geral da Central dos Trabalhadores de Cuba (CTC), Ulisses Guilarte de Nacimiento, num encontro que manteve com o secretário-geral da UNTA-Confederação Sindical, Manuel Viage, com quem abordou questões ligadas à cooperação entre as duas centrais sindicais.
A delegação da CTC está no país desde sexta-feira e teve ontem um encontro com o presidente da Força Sindical Angolana-Central Sindical, Joaquim Frestas Coelho.
Ulisses de Nacimiento afirmou que Angola foi sempre um grande amigo do povo cubano e a Central dos Trabalhadores de Cuba tem boas relações de cooperação há décadas com a UNTA-CS.
“Os bons amigos aparecem sempre nos momentos difíceis, porque nas festas todos aparecem”, declarou o sindicalista cubano. Em Cuba, acrescentou, 48 por cento dos dirigentes sindicais são mulheres. O sindicalista cubano considerou a UNTA-CS uma referência sindical em África, por ser uma organização com uma grande capacidade mobilizadora, bem estruturada e um grande parceiro do Executivo nas políticas para o desenvolvimento de Angola.
Manuel Viage, além de agradecer ao seu homólogo pela visita que faz a Angola, lembrou que três gerações de sindicalistas angolanos receberam instrução de sindicalismo, de 1974 a 1994, em Cuba. O secretário-geral da UNTA-CS declarou que os sindicalistas têm procurado adaptar-se aos novos contextos e sublinhou que actualmente o povo angolano enfrenta uma crise económica e social, devido à baixa do preço do petróleo no mercado internacional, enquanto Cuba tem problemas de natureza económica, devido ao bloqueio norte-americano.
“Posso garantir que, apesar da crise e dificuldades, continuamos a ter estabilidade social e paz social, porque os trabalhadores percebem que, garantindo a paz e a estabilidade, rapidamente as autoridades podem adoptar políticas para contornar as dificuldades que se registam agora”, acentuou Manuel Viage.