Zuma envia mensagem
Chefe da diplomacia sul-africana destaca os laços com Angola e o interesse partilhado na estabilidade da RDC
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, recebeu ontem uma mensagem do seu homólogo da África do Sul, Jacob Zuma. Foi portadora da mensagem a ministra das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Maite Nkhoana Mashabana. Em declarações à imprensa, Maite Mashabana referiu que a situação na República Democrática do Congo (RDC) é do interesse dos dois Estados, no âmbito do acordo tripartido (África do Sul, RDC e Angola) de cooperação política, económica e de segurança, assinado em Luanda, em 2013. A chefe da diplomacia sul-africana disse que os dois países procuram formas de cooperar no que for possível de modo a dar suporte às iniciativas de diálogo interno na RDC, que estão a ser conduzidas pela União Africana.
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, recebeu ontem em audiência, no Palácio da Cidade Alta, a ministra das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Maite Nkhoana Mashabana, que foi portadora de uma mensagem do Presidente Jacob Zuma.
Maite Nkhoana Mashabana disse à imprensa no final da audiência que a mensagem de Jacob Zuma ao Chefe de Estado angolano inserese nas consultas regulares que os dois líderes mantêm, no âmbito das “excelentes relações de amizade e cooperação” entre Angola e a África do Sul.
“Normalmente os nossos líderes realizam consultas permanentes sobre questões ligadas à cooperação política e económica, também sobre questões sociais e assuntos de interesse comum da agenda internacional”, referiu Mashabana.
A chefe da diplomacia sul-africana, que esteve no Palácio da Cidade Alta acompanhada do ministro Georges Chikoti, disse que a audiência serviu também para interagir com o Presidente José Eduardo dos Santos sobre os mais recentes desenvolvimentos em matéria de paz e estabilidade na região.
Segundo Mashabana, os dois países têm todo o interesse em manter uma “concertação estreita nestas questões”, já que a África do Sul deixou este ano a presidência do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança da SADC, e Angola, actual vice-presidente dessa importante estrutura da organização regional, deve suceder à Tanzânia, em 2017.
De igual modo, a África do Sul, actual vice-presidente da SADC, deve assumir o leme da organização após o mandato da Suazilândia, segundo o princípio da rotatividade. Assim, a presidência sul-africana da SADC, a partir de 2018, deverá coincidir com o mandato de Angola à frente da Troika do Órgão de Defesa e Segurança da organização.
De olhos na RDC
Maite Mashabana também falou sobre a situação na RDC. A chefe da diplomacia sul-africana lembrou que existe um acordo tripartido (África do Sul, RDC e Angola) de cooperação política, económica e de segurança, assinado em Luanda, em 2013, que reforça o interesse do seu país em acompanhar de forma atenta os desenvolvimentos recentes na República Democrática do Congo. “Procuramos formas de cooperar no que for possível de modo a dar suporte às iniciativas de diálogo interno, que estão a ser encaminhadas pela União Africana, através do seu Enviado Especial, o togolês Edem Kodjo.”
Reunião em Kinshasa
Os membros da Troika do Órgão de Defesa e Segurança da SADC reúnem-se esta semana em Kinshasa. A reunião deverá produzir elementos importantes para a agenda de trabalho da próxima Cimeira extraordinária da Região dos Grandes Lagos, marcada para o próximo dia 27, na capital angolana.
Segundo o ministro Georges Chikoti, a Cimeira já havia sido convocada, mas adquiriu carácter de urgência face à necessidade de se analisar de forma profunda e abrangente os últimos acontecimentos na República Democrática do Congo.
Iniciativa conjunta da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), Nações Unidas e União Africana, a Cimeira deverá ser antecedida de uma reunião de peritos dessas entidades. “A região torna-se um pouco instável e as responsabilidades de Angola, como presidente em exercício da CIRGL, são muitas”, disse o ministro das Relações Exteriores.
Além dos desenvolvimentos políticos na República Democrática do Congo, a Cimeira deverá também discutir a situação no Burundi, no Sudão do Sul e na República Centro Africana (RCA), que “continuam a preocupar a região e o continente africano em geral”.