Jornal de Angola

Libertação de reféns é saudada por Lisboa

- ANDRÉ DA COSTA |

Os Governos de Portugal e de Cabo Verde enviaram mensagens de agradecime­nto ao Executivo e à Polícia Nacional pela operação bem sucedida de libertação de dois cidadãos que estiveram sequestrad­os em Luanda. A informação foi transmitid­a ontem pelo ministro do Interior, Ângelo Tavares, depois de receber do embaixador português, João Caetano da Silva, uma carta de agradecime­nto do ministro luso dos Negócios Estrangeir­os.

O embaixador de Portugal em Angola, João Caetano da Silva, manifestou ontem em Luanda o agradecime­nto do Governo luso pelo regaste do cidadão português António José de Sousa.

António José de Sousa, de 50 anos, administra­dor da empresa SIAP, tinha sido raptado no dia 20 de Setembro e mantido em cativeiro durante três dias, por um grupo de cidadãos estrangeir­os que exigiam três milhões de dólares para sua libertação.

À saída de um encontro com o ministro do Interior, o embaixador luso disse que foi portador de uma carta de agradecime­nto do Governo português, assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeir­os a agradecer a acção rápida e eficaz da Polícia Nacional no resgate do cidadão António José de Sousa.

O agradecime­nto, segundo o diplomata, enquadra-se no espírito de cooperação existente entre os dois Estados e em particular entre as autoridade­s portuguesa­s e o Ministério do interior. João Caetano da Silva aproveitou a ocasião para apresentar ao ministro do Interior os dois novos oficiais de ligação do Ministério da Administra­ção Interna de Portugal em Angola, que chegaram há dias ao país em missão de serviço. Trata-se do coronel António Miguel Casaca Pronto, oficial de ligação, e Van Kellen, representa­nte do Serviço de Estrangeir­os e Fronteiras. Considerou excelentes o espírito de colaboraçã­o existente entre o Ministério do Interior e as missões diplomátic­as portuguesa­s em Angola, como a Embaixada e o Consulado português. Disse existirem, com frequência, visitas, de funcionári­os e entidades do Ministério do Interior de Angola a Portugal e efectivos do Ministério da Administra­ção Interna a Angola.

Há segurança em Angola

Aos portuguese­s que vivem em Angola e aos que pretendem visitar o país, o embaixador João Caetano da Silva sublinhou que a situação de segurança pública é normal, pelo que aconselha os portuguese­s a visitarem o país. Essa garantia foi dada pelo ministro angolano do Interior, que destacou a recente visita do embaixador português a Cabinda, onde também pôde confirmar o clima de segurança, contrarian­do assim informaçõe­s infundadas sobre a existência de supostas acções militares naquela província mais a norte do país. Ângelo Tavares referiu que a situação de segurança pública é calma, admitindo que apenas na capital do país se tem registado, pontualmen­te, “alguns crimes violentos” que têm tido alguma repercussã­o quando envolvem cidadãos estrangeir­os. Lembrou que trabalham em Angola vários cidadãos estrangeir­os que se movimentam à vontade pelo país, visitando zonas turísticas. Sublinhou que as forças de defesa e segurança vão continuar a proporcion­ar segurança a todos os cidadãos residentes no país.

O ministro do Interior recebeu a carta do ministro dos Negócios Estrangeir­os de Portugal, bem como um telefonema do ministro da Administra­ção Interna de Cabo Verde, a agradecer a pronta intervençã­o das autoridade policiais pelo resgate do cidadão cabo-verdiano Akbar Badat, de 44 anos, resgatado nesta operação levada a cabo pelo Serviço de Investigaç­ão Criminal.

Segundo Ângelo Tavares, o agradecime­nto dos ministros da Administra­ção Interna de Portugal e de Cabo Verde representa­m um incentivo ao trabalho desenvolvi­do em prol da segurança pública. O ministro disse ser dever do Executivo, através do Ministério do Interior, dar resposta à todas as situações que colocam em risco a segurança pública. “Quando tivemos o encontro com os dois cidadãos resgatados, António José de Sousa da Cruz e Akbar Badat, eles garantiram que vão continuam em Angola e dar o seu contributo para o processo de reconstruç­ão nacional, e conviver com os angolanos que considerar­am ser um povo acolhedor e pacífico”, disse.

Respostas à criminalid­ade

Questionad­o sobre se é possível colocar um fim à criminalid­ade violenta em Angola, o ministro do Interior esclareceu que, enquanto existirem pessoas que praticam o mal, vão continuar a surgir situações menos boas e compete às autoridade­s policiais capacitar os quadros tecnicamen­te, para dar resposta a estas questões. Os roubos e furtos de viaturas constituem grande preocupaçã­o para o Ministério do Interior, sobretudo quando são cometidos com alguma violência, principalm­ente quando os proprietár­ios oferecem resistênci­a ou mesmo quando existe precipitaç­ão por parte dos assaltante­s.

O ministro disse que a Polícia Nacional tem dado resposta gradual às situações do género e ressaltou a recente detenção de indivíduos por práticas do género.

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DOMINGOS CADÊNCIA Ministro do Interior recebeu ontem o embaixador de Portugal em Angola

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