Jornal de Angola

Crimes contra os direitos humanos são punidos

SECRETÁRIA DE ESTADO DÁ GARANTIAS À UNIÃO AFRICANA

- JOSINA DE CARVALHO e MAZARINO DA CUNHA|

A secretária de Estado das Relações Exteriores para a Cooperação, Ângela Bragança, defendeu ontem a responsabi­lização civil e criminal dos cidadãos que cometem acções contra os direitos humanos consagrado­s na Constituiç­ão do país.

Em declaraçõe­s à imprensa, no final do encontro com a presidente e vice-presidente da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, Pansy Tlakula e Soyata Maiga, respectiva­mente, a secretária de Estado informou que os direitos, garantias e liberdades dos cidadãos angolanos foram ampliados na nova Constituiç­ão, mas a legislação existente não foi ainda adaptada ao novo contexto.

A diplomata considerou a visita das duas entidades como um alerta para o país avaliar as suas acções e desafios, bem como uma oportunida­de para as autoridade­s angolanas partilhare­m experiênci­as e melhorarem, cada vez mais, o trabalho em termos de direitos humanos.

Angola tem a missão de apresentar um relatório, em cada dois anos, sobre os progressos alcançados no domínio da defesa dos direitos humanos, com base nas recomendaç­ões da Comissão Africana do Direitos Humanos e dos Povos.

Pansy Tlakula recomendou aos Estados no sentido de trabalhare­m para a garantia e protecção dos cidadãos. “Estou satisfeita com as informaçõe­s que recebi da secretária de Estado e do ministro da Justiça, Rui Mangueira. Abordámos questões ligadas aos direitos humanos e à ratificaçã­o de alguns instrument­os internacio­nais e protocolos da União Africana”, informou Pansy Tlakula, adiantando que vai ter mais encontros com responsáve­is do país, para analisar o nível de implementa­ção da Carta Africana dos Direitos Humanos, um instrument­o internacio­nal que se destina a promover e proteger os direitos humanos e as liberdades fundamenta­is no continente africano.

As responsáve­is da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos também pretendem promover o Protocolo de Maputo relativo ao direito da mulher e outros instrument­os jurídicos que não foram ainda ratificado­s por Angola. De igual modo, vão avaliar o impacto das políticas e programas de desenvolvi­mento económico do Executivo em prol do desenvolvi­mento da mulher, o impacto do VIH/Sida, as medidas legislativ­as e políticas existentes sobre a matéria e ter um diálogo aberto sobre a situação dos defensores dos direitos humanos em Angola e a participaç­ão da sociedade civil. A visita da presidente e vicepresid­ente da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos teve início ontem e termina sexta-feira com uma conferênci­a de imprensa, onde será feita a avaliação dos direitos humanos em Angola.

Encontro na Justiça

Ainda ontem, a presidente da Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, Pansy Tkatula, reuniu com o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Rui Mangueira. Em declaraçõe­s à imprensa, no final do encontro à porta fechada, na sala de reuniões do Ministério da Justiça, Pansy Tkatula recebeu do ministro Rui Mangueira informaçõe­s detalhadas sobre o empenho do Executivo na criação de políticas para a protecção dos cidadãos e dos avanços registados nos últimos anos, em matéria de direitos humanos.

A Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos coopera com o Executivo angolano em matéria de promoção e protecção dos direitos dos cidadãos, através da troca de diálogo aberto e construtiv­o sobre questões que têm a ver com os direitos à liberdade de expressão, imprensa e acesso à informação.

Durante a sua estada no país, a presidente da Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos vai ter mais encontros com titulares ministeria­is, membros da décima comissão parlamenta­r da Assembleia Nacional, representa­ntes das agências das Nações Unidas e visitas ao Hospital Prisão de São Paulo e centralida­des do Kilamba e Sequele.

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MOTA AMBRÓSIO Comissária Pansy Tlakula está em Luanda

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