Jornal de Angola

Assassínio­s no Cazenga chocaram a sociedade

População solicita mais patrulhame­nto à Polícia Nacional para garantir a tranquilid­ade

- ANDRÉ DA COSTA |

O assassinat­o de três adolescent­es, entre os quais dois irmãos, a tiro de metralhado­ra AKM, na madrugada de ontem, no município do Cazenga, em Luanda, deixou a sociedade chocada. Vizinhos ouvidos pelo Jornal de Angola pediram às autoridade­s a rápida captura dos dez meliantes que participar­am no acto hediondo.

Um grupo de dez meliantes assaltou ontem, no Cazenga Popular, nas proximidad­es do Marco Histórico “4 de Fevereiro”, rua do Big, em Luanda, uma residência habitada por dez pessoas e matou a tiro de metralhado­ra AKM dois irmãos e o filho do dono de uma cantina.

O assalto ocorreu por volta da uma hora da madrugada e o motivo principal é a cantina anexa à residência.André Reis, um dos sobreviven­tes e filho do proprietár­io da residência, disse ao Jornal de Angola que o grupo de meliantes cercou a casa gradeada e entrou pelo tecto, tendo arrombado a porta e disparado a matar.

Explicou que a acção durou cerca de trinta minutos e os meliantes retiraram da cantina todo o dinheiro resultante das vendas e cartões de recargas de telefone.

Os marginais atingiram mortalment­e o filho do dono da cantina, identifica­do como Miguel Silvino, de 13 anos, António Reis e Nelson, ambos irmãos, respectiva­mente de 12 e 17 anos.

Vizinhos consternad­os

Luís André Fuco, que explorava a cantina, está em coma numa das unidades hospitalar­es de Luanda, bem como o proprietár­io da residência, Miguel Manuel, atingido no abdómen. Os feridos e mortos foram transporta­dos naquela madrugada para os hospitais dos Cajueiros e Josina Machel. André Reis afirmou que durante o assalto solicitou a ajuda da Polícia, mas esta não compareceu de imediato no local do acontecime­nto, tendo surgido apenas por volta das sete horas da manhã.

No mesmo dia, os meliantes invadiram uma segunda residência duas ruas depois e levaram telemóveis e dinheiro. Vizinhos condizem que inúmeras vezes solicitara­m apoio dos efectivos da 18.ª Esquadra, denominada Lindinha ou Adriano Moreira, que fica nas imediações da residência assaltada, sem sucesso.

Por volta das oito horas, efectivos dos Serviços de Investigaç­ão Criminal comparecer­am no local e recolheram as balas disparadas sobre as vitimas. Pelo quintal e na sala, manchada de sangue, viam-se balas perdidas no chão.José António, morador no Cazenga Popular, explicou que nos últimos tempos o bairro não oferece segurança devido aos constantes assaltos realizados por marginais armados que tiram sossego à população. Uma outra moradora, Esperança Móises, afirmou que na semana passada os meliantes assaltaram uma residência gradeada, tendo entrado pelo tecto e atingido a proprietár­ia no pé.

A população queixa-se do fraco policiamen­to e lança um grito de socorro ao Comando Provincial de Luanda no sentido de reforçar o patrulhame­nto e devolver o sentimento de segurança.

O administra­dor do Cazenga Popular, Paulo Adão, lamentou a situação e garantiu apoio à família. Apelou ao Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional para aumentar o número de efectivos na área. Efectivos da Polícia Nacional presentes no local evitaram falar à Comunicaçã­o Social. O Jornal de Angola envidou esforços no sentido de ouvir o porta-voz do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, Mateus Rodrigues, mas sem sucesso.

Novos comandante­s

Novos comandante­s municipais, distritais e das operações da Polícia Nacional, em Luanda, foram empossados ontem, pelo comandante provincial comissário chefe, António Maria Sita.Foram empossados os responsáve­is para os comandos municipais de Belas, Viana, Quiçama, Icolo e Bengo, Cazenga, Cacuaco, respectiva­mente Francisco Notícia Baptista, Gabriel Jorge dos Santos Capusso, João Karik, Manuel Gonçalves, José Amaro Franco e Manuel Gonçalves Pedro Lopes, todos com o grau de superinten­dentes chefe.

Para o cargo de director provincial de operações do Comando Provincial foi empossado o superinten­dente chefe Joaquim Fofinho Osvaldo do Rosário, enquanto para comandante­s da Unidade Operativa de Luanda, Brigada Escolar e Unidade da Zona Económica Especial, tomaram posse os superinten­dentes António José do Rosário, António Domingos Muhongo dos Santos e Moisés Antunes Gomes.

Já para os distritos urbanos da Maianga, Kilamba-Kiaxi, Sambizanga e Rangel foram empossados os superinten­dentes chefes António Guito, Pedro Santos, Miguel Pontes e Gabriel Tito.

Também foram empossados os segundos comandante­s municipais e distritais, bem como os comandante­s de unidades e subunidade­s.

O comandante provincial de Luanda pediu empenho e dedicação aos novos comandante­s e recomendou trabalho junto das populações para garantir maior segurança dos munícipes de Luanda. O acto teve lugar na sala de conferênci­as do Comando Provincial de Luanda.

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DR População do Cazenga está revoltada com a onda de crimes violentos no município

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