EUA quer melhoria do clima de negócios
A embaixadora dos Estados Unidos anunciou em Luanda, em conferência de imprensa, que há muito trabalho em matéria de melhoria do clima de negócios entre os dois países, realçando que Angola saiu da lista cinzenta e faz progressos no sentido do compliance (termo inglês para boas práticas).
Helen La Lime, que fazia um balanço da Segunda Cimeira de Negócios Estados Unidos-África, realizado em Nova Iorque, no dia 21 de Setembro, disse que a Administração Obama pretende estabelecer a ponte entre os sectores privados dos dois países.
Ladeada de dois empresários angolanos participantes na Cimeira, a diplomata informou que a Secção Comercial da Embaixada trabalha neste momento com empresários interessados em estabelecer parcerias com o sector privado americano e pretende engajar um maior número em todo o país.
Quando questionada sobre os critérios para tal engajamento, Helen La Lime disse que depende de quem contacta a Embaixada, tendo destacado o encorajamento para sectores como a agricultura, as tecnologias e as energias renováveis. Sobre o AGOA (Lei americana de Crescimento e Oportunidades para África), deixou claro que Angola continua elegível e que os dois países trabalham no sentido da criação de condições para a intervenção do sector privado.
Agostinho Kapaia e Leonel da Rocha Pinto, dois empresários angolanos que estiveram presentes na cimeira Estados Unidos-África, enalteceram a iniciativa americana que pretende engajar os sectores privados em África e em Angola, em particular.
Para Agostinho Kapaia, presidente do grupo Opaia, disse que se tratou de um evento com grande significado para as economias africanas em geral e a angolana em particular, na medida em que se privilegiou o sector privado, tendo ressaltado que o evento permitiu estabelecer contactos importantes. “Há um grande interesse da parte de empresas americanas que serve de incentivos a muitos empresários angolanos”, referiu Kapaia. O gestor disse que o seu grupo tem uma equipa que trabalha no sentido da materialização de dois objectivos principais, o estabelecimento de parcerias ou a busca de “knowhow”. O empresário, que aproveitou para realçar as políticas do Executivo no sentido da criação de condições para o sector privado, disse que o seu grupo vai continuar a trabalhar como parceiro indispensável para acelerar o processo de diversificação da economia.
Leonel da Rocha Pinto, presidente do conselho de gerência do Greentech (Angola Environment Technology) e da Multiparques, disse que a Segunda Cimeira de Negócios Estados Unidos-África teve um formato diferente em relação aos eventos anteriores e que, segundo o mesmo, foi importante o compromisso assumido pelo Presidente Obama em assegurar a parceria.
Defendeu que, para melhor proveito das parcerias a serem estabelecidas, os africanos devem fazer avaliação pormenorizada das potencialidades, preparar as condições para que as ligações comerciais e económicas tenham como base vantagens recíprocas.