Guerra na Síria e no Iraque agravam tensão no Mundo
As guerras na Síria, Iraque e no Iémen são alguns dos motivos de instabilidade militar e política que tornam o Mundo actual mais perigoso que no período da Guerra Fria. A situação, alertam especialistas, tende a agravar-se, caso as potências não despertem para ultrapassar as diferenças e corrigir os seus posicionamentos.
A crise na Líbia, a guerra no Sudão do Sul, as movimentações de grupos terroristas pelo Mundo e sucessivos ataques contra civis e o aumento de refugiados, seguem-se na complexa grelha de acontecimentos que provocam desconfiança, instabilidade e conflitos militares em várias regiões. Especialistas em segurança, políticos e governantes da Europa e Estados Unidos, citados na imprensa internacional, pedem o abrandamento das políticas perigosas e que a diplomacia funcione como factor chave para retirar o Mundo do clima de grande tensão, que ameaça para uma guerra mundial.
Segundo a imprensa, as fontes querem um Conselho de Segurança mais equilibrado e centrado na estabilidade militar e política. Para o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, assiste-se a uma falta de controlo que conduz os países a uma tensão cada vez maior, principalmente entre os Estados Unidos e a Rússia. Frank-Walter Steinmeier, um dos nomes citados pela imprensa europeia, fez tais declarações ao jornal alemão “Bild”, quando apreciava os últimos acontecimentos no Mundo, que tornam quase impossível relações cordatas entre Estados, porque tudo está dependente das diplomacias dos Governos de Washington e Moscovo. “É uma ilusão pensar que se trata da antiga Guerra Fria. A época actual é diferente, mais perigosa”, declarou o ministro alemão das Relações Exteriores, com grande preocupação.
“O risco de um confronto militar é considerável, a qualquer momento pode acontecer o pior”, advertiu o exdiplomata alemão Wolfgang Ischinger, que foi enviado especial da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) para a Ucrânia. Frank-Walter Steinmeier referiu que “este risco nunca foi tão grande em décadas e a confiança entre o Oeste e o Leste nunca foi tão frágil”.
Os Estados Unidos, que suspenderam no início da semana as negociações com a Rússia sobre o cessar-fogo na Síria, acusaram na sexta-feira os Governos de Moscovo e Damasco de crimes de guerra na cidade de Alepo. As autoridade de Damasco e de Moscovo rejeitam as acusações, e acusam Eashington e seus aliados.
As relações entre as duas grandes potências tem-se deteriorado desde o fracasso da trégua impulsionada pelos dois países em Setembro e que durou apenas uma semana.A Rússia vetou no sábado, no Conselho de Segurança, uma proposta da França de cessar-fogo em Alepo, cidade intensamente bombardeada pela coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos, e por aviões sírios e do seu aliado russo.
A guerra na Síria deixou mais de 300.000 mortos desde que começou com protestos pacíficos reprimidos em 2011. A ONU apresenou um quadro dramático e alertou para o pior se os principais protagonistas não chegarem a um entendimento nos próximos dias, devido a falta de alimentos e assistência médica aos feridos. Os ataques a civis estão cada vez mais intensos, segundo a ONU.
Vietname e Cuba
A Rússia está a estudar planos para retomar a sua presença militar no Vietname e em Cuba, onde Moscovo já teve bases militares, segundo o vice-ministro da Defesa, Nikolai Pankov.“Estamos a tratar desse assunto”, disse Nikolai Pankov, no Parlamento da Rússia, segundo as agências internacionais. O vice-ministro russo referiu que actualmente o Ministério da Defesa está a repensar decisões passadas sobre o encerramento dessas bases, mas não avançou mais detalhes. A Rússia desactivou a base de espionagem de Lourdes, em Cuba, e a base naval vietnamita de Cam Rahn no início do século XXI, como parte de uma redução da presença militar russa no Mundo, após a derrocada da União Soviética.
Mas, desde então, a política externa de Moscovo tornou-se mais activa, o que tem provocado desavenças com os Estados Unidos e os seus aliados, em função dos conflitos na Ucrânia e na Síria e da presença de soldados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no Leste da Europa, entre outras questões.
A Rússia movimentou mísseis Iskander-M, com capacidade nuclear, no enclave de Kaliningrado, na fronteira com a Polónia e a Lituânia, informou o Ministério da Defesa, tendo esclarecido que era parte de exercícios de rotina. “Estas unidades foram enviadas mais de uma vez à região de Kaliningrado, como parte do treino do Exército”, disse o porta-voz da Defesa, Igor Konashenkov. Um oficial de inteligência dos EUA disse que a Rússia começou a mover os Iskander-M para o enclave no Báltico, um gesto para expressar descontentamento com a OTAN.