Imposto pode ajudar a reduzir a obesidade
Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado na terça-feira em Genebra, declara que aumentar os impostos das bebidas açucaradas pode reduzir o consumo e, consequentemente, os índices de obesidade, de diabetes tipo dois e de cáries dentárias.
No relatório distribuído por ocasião do Dia Mundial de Combate à Obesidade, assinalado na terça-feira, a agência especializada da ONU refere que políticas fiscais que levem ao aumento de 20 por cento no preço de refrigerantes e outras bebidas com açúcar podem gerar uma redução proporcional no consumo desses produtos.
O documento é específico sobre produtos com glucose, frutose, sucrose ou o açúcar de mesa comum, que são inseridos pelos fabricantes ou pelo próprio consumidor em alimentos ou bebidas. A agência especializada da ONU lembra que o açúcar também está presente de forma natural no mel, caldas, sumos de fruta e concentrados de fruta.
Sem ingerir tanto açúcar e calorias no geral, a OMS explica que a nutrição dos consumidores pode melhorar e um número menor de pessoas pode sofrer de excesso de peso, obesidade, diabetes e cáries. O director do Departamento para a Prevenção de Doenças Crónicas da OMS, Douglas Bettcher, afirma que “se os governos aumentarem os impostos de produtos como bebidas com açúcar, podem salvar vidas, reduzir os custos com tratamentos e transferir os lucros para o sistema de saúde”. Um balanço feito há dois anos mostrou que 39 por cento dos adultos do Mundo estavam acima do peso. A prevalência da obesidade mais do que duplicou desde 1980. Actualmente, mais de meio bilião de adultos estão obesos.
No caso das crianças, 42 milhões de menores de cinco anos estão acima do peso ou obesas. A maioria vive na Ásia. O total de diabéticos também aumenta, havendo 422 milhões de pessoas portadoras da doença, que mata 1,5 milhões por ano.
Frutas e vegetais mais baratos
A OMS explica que ninguém precisa de açúcar na dieta. O nível máximo de consumo diário indicado é de 250 mililitros de bebida açucarada, o equivalente a um copo médio, como sumos ou refrigerantes. Para preparar o relatório, a OMS avaliou políticas fiscais criadas para melhorar dietas e prevenir doenças crónicas.
Subsídios para reduzir preços de frutas e vetegais entre dez por cento e 30 por cento levou ao aumento do consumo desses produtos. Já os impostos sobre alimentos e bebidas com alto teor de açúcar e de gorduras causaram a queda no consumo
Um estudo publicado na edição mais recente da revista Nature revela que o limite natural para a vida humana está em torno dos 115 anos, sendo que, muito eventualmente, alguém pode ultrapassar essa marca, como a francesa Jeanne Louise Calmente, que morreu há 19 anos aos 122 anos.
Principal autor da pesquisa, Jan Vijg, professor da Faculdade de Medicina Albert Einstein, nos Estados Unidos, explicou ao “Correio Braziliense” que a análise foi inspirada no caso da francesa “supercentenária”, termo usado para descrever pessoas que vivem mais de 110 anos.
“Desde a morte de Jeanne Louise Calment que ninguém superou o seu feito”, disse Jan Vijg, para quem “muito dificilmente alguém o fará”, além de que a probabilidade de alguém ultrapassar os 125 anos é baixíssima. “Pareceu-nos estranho que, duas décadas depois de Jeanne Louise Calment morrer, ninguém tenha chegado perto de alcançar a sua idade, apesar das melhorias em curso nos cuidados médicos e de saúde em geral”, salientou o investigador. Em busca de uma resposta, ele e a sua equipa passaram a estudar dados de mortalidade de mais de 40 países e notaram que as nações mostraram um declínio contínuo nas taxas de mortalidade a partir de 1900.
Análises estatísticas
No grupo das pessoas que atingiam os 100 anos, esse aumento do tempo de vida não acompanhava a tendência geral. “Essa descoberta indica um possível limite para a vida humana”, completa o investigador.
As análises estatísticas indicam que a probabilidade de alguém superar os 125 anos é menor do que um em 10 mil. Apontar um tecto para o tempo de vida dos seres humanos sugere que os avanços da medicina também têm um limite, sendo esse um dos pontos mais polémicos do estudo. Para alguns especialistas, é impossível prever o impacto de futuras descobertas na área da saúde.
Jan Vijg acredita que esses achados devem elevar a expectativa de vida média da Humanidade, mas não fazer com que pessoas cheguem aos 130, 140 ou 150 anos.