OMA deve estar preparada para garantir a vitória
João Lourenço conta com a organização feminina na mobilização da sociedade para o registo eleitoral
A Organização da Mulher Angolana tem, a partir de agora, um único objectivo, preparar-se para contribuir para a vitória do MPLA nas próximas eleições gerais, afirmou ontem, em Luanda, o vice-presidente do partido.
João Lourenço, que discursava na abertura da segunda reunião ordinária do Comité Nacional da OMA, disse que tudo o que for feito daqui para frente tem de ter em conta a necessidade de alcançar bons resultados no pleito do próximo ano.
“As eleições ganham-se agora, cumprindo com o pressuposto número um, o de garantir que todos os militantes e outros - que não o sendo formalmente, porque não têm cartão, nem militam nos CAP mas sabem que vão votar no MPLA - estejam em condições de exercer o seu direito de voto a favor do partido e do seu candidato a Presidente da República”, disse.
O “número dois” na hierarquia do partido no poder lembrou que as mulheres constituem a maioria da população angolana e, consequentemente, a maioria dos eleitores do país. “Estando a OMA inserida em praticamente todos os estratos da sociedade e em todo o território nacional, deve reorganizar a campanha de mobilização da mulher, em particular das nossas militantes, das jovens estudantes e trabalhadores das cidades e da mulher rural, para que façam a actualização do seu registo eleitoral e o registo para quem o fizer pela primeira vez”, defendeu.
João Lourenço realçou o papel da mulher angolana nas áreas do saber, na gestão de importantes empresas públicas e privadas, tendo sublinhado que elas constituem já a maioria no universo de estudantes de praticamente todos os estabelecimento de ensino superior. “A mulher angolana destaca-se também no desporto de competição, tendo conquistado ao longo dos anos sucessivos os títulos de campeãs africanas em modalidades como andebol, para citar alguns apenas”, lembrou.
Participação em decisões
O vice-presidente do MPLA disse que, em termos de participação nos principais órgãos de decisão política do país, nomeadamente o Executivo e o Parlamento, as mulheres não estão mal, se comparado com os padrões africanos e da região da SADC. Reconheceu, no entanto, que “há mais degraus a subir pela mulher angolana na escala do poder político”.
João Lourenço sublinhou que este desiderato é um processo que não se alcança apenas pelas quotas definidas pelas organizações regionais, continentais ou internacionais, como a SADC, União Africana ou as Nações Unidas. Resulta, sobretudo, da vontade política dos poderes nacionais e da própria capacidade de a sociedade formar, educar e preparar líderes femininas. “A mulher angolana é, por excelência, lutadora e, por isso mesmo, vencedora, conquistando, palmo a palmo, o direito que lhe é reservado”, disse João Lourenço.
O vice-presidente do MPLA garantiu que a mulher angolana tem meio caminho andado, porque o MPLA é um partido sensível e aberto à necessidade da promoção da mulher em cargos de chefia e maior participação nos órgãos de decisão. “A luta não é apenas vossa. Não estão sozinhas. O próprio desenvolvimento económico-social de nossos países assim o exige. É do interesse de todos que a mulher seja uma força de trabalho activa, participativa e económica”, disse João Lourenço, para acrescentar: “Uma atenção especial deve ser prestada às mulheres empresárias e àquelas que exercem funções de chefia e liderança nos vários domínios da sociedade, de modo a atraí-las para a causa do MPLA, e tornar a OMA cada vez mais inserida em todos os segmentos da sociedade angolana”.
Combate à violência
João Lourenço reconheceu o papel da OMA como pioneira destacada na luta contra o analfabetismo, no combate à violência doméstica.
O MPLA, disse, conta com a OMA na luta que a sociedade angolana trava contra o tráfico e consumo de drogas que destrói a juventude, na luta contra crimes violentos, sobretudo contra a mulher e que a todos envergonha, bem como na luta contra todo o tipo de violência sexual, principalmente a menores de ambos os sexos.
João Lourenço disse que a mutilação genital feminina, uma prática que começa a ser introduzida no país e que é contra a cultura e tradições do povo angolano, constitui crime contra a pessoa humana. “Este tipo de mutilação deixa marcas físicas e psicológicas, por isso deve merecer o repúdio e ser condenado”, disse João Lourenço, que concluiu: “Temos a certeza de que se trabalharmos juntos na defesa dos nossos valores culturais, conseguiremos vencer essas práticas que minam os alicerces da nossa sociedade”. A segunda reunião ordinária do Comité Nacional da OMA termina ontem.