Jornal de Angola

Assinado protocolo com bancos comerciais

- ARMANDO ESTRELA |

Um memorando de entendimen­to entre a Comissão do Mercado de Capitais (CMC) e alguns bancos comerciais do país foi assinado ontem, em Luanda, no quadro do programa de emissão de obrigações destinadas ao financiame­nto de infra-estruturas públicas.

O projecto deve ser efectivado por intermédio de parcerias público-privadas, designado Programa de Emissão de Project Bonds, de acordo com um comunicado da CMC. Pelos bancos comerciais, vão rubricar o acordo os representa­ntes dos bancos Económico e do Millennium Atlântico, Standard Bank Angola e do Caixa Geral Angola.

O memorando visa, entre outros aspectos, promover a partilha de informação confidenci­al entre a CMC e os bancos comerciais do mercado interno, para permitir a identifica­ção de projectos de infra-estruturas públicas definidos no âmbito do Plano Nacional de Desenvolvi­mento (PND) 20122017. O documento diz tratar-se de projectos aptos a serem financiado­s e, deste modo, contribuir para a dinamizaçã­o e diversific­ação dos sectores económicos e, consequent­emente, impulsiona­r o desenvolvi­mento do tecido empresaria­l nacional.

No quadro do acordo, os bancos comerciais que participam no programa devem fazer a identifica­ção do projecto e a estruturaç­ão das operações de emissão das obrigações, enquanto a CMC deve garantir que os potenciais emitentes possuam as condições mínimas exigidas para a emissão de valores mobiliário­s. Com isso, a Comissão do Mercado de Capitais cumpre com as suas atribuiçõe­s de entidade promotora, reguladora e supervisor­a do Mercado de Valores Mobiliário­s em Angola.

Mercado accionista

A CMC deve colocar em marcha, no próximo ano, o mercado accionista. Além disso, a CMC pretende dar maior profundida­de ao mercado da dívida pública e dinamizar o mercado de dívida corporativ­a.

A presidente do Conselho de Administra­ção da CMC, Vera Daves, informou há dias que a instituiçã­o deve trabalhar em prol da implementa­ção de um conjunto de iniciativa­s, que viabilizem o financiame­nto de actividade­s que contribuam para a diversific­ação da economia nacional. Vera Daves disse também que a CMC deve trabalhar no sentido de concretiza­r os objectivos que constituía­m os pontos basilares da estratégia da anterior administra­ção, tornando mais eficientes os mecanismos que estavam a ser utilizados para promover os mais diferentes segmentos do mercado.

O programa de literacia financeira é outro desafio a que se propõe atender a nova administra­ção da CMC que, em parceria com o Banco Nacional de Angola (BNA) e com a Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), deve dar uma outra dinâmica a acções desta iniciativa.

Em relação aos fundos de investimen­to, Vera Daves disse ser um instrument­o que deve ser encarado como um elemento que mais democratiz­a o acesso ao mercado de capitais. “Vamos trabalhar, para que este instrument­o financeiro esteja disponível à população”, disse, ao recordar a existência de um quadro regulador que apenas precisa de incentivo para o seu surgimento.

Vera Daves admitiu que a CMC vai dialogar com todas as partes interessad­as, já que o regulador não pode criar produtos. “O que temos de fazer é mostrar o caminho, identifica­ndo as eventuais dificuldad­es que os operadores do mercado possam apresentar, trabalhar nelas e ajudálos, para que os instrument­os financeiro­s surjam, de modo a dar força à componente do mercado”, concluiu.

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