Dezenas de pessoas ficaram sem abrigo
Pelo menos, 96 pessoas ficaram sem abrigo, em consequência das chuvas torrenciais que caíram nos últimos dias na sede provincial do Uíge, informou, ontem ao Jornal de Angola, o chefe da área de Protecção Civil e Bombeiros.
Eduardo André Almeida Pereira, que fez um pré-balanço das primeiras ocorrências da época chuvosa, disse que as chuvas acompanhadas de fortes ventos e granizos provocaram ferimentos a seis estudantes que se encontravam em aulas no Instituto Superior de Ciências da Educação (Isced) do Uíge.
As vítimas foram imediatamente evacuadas para o Hospital Geral do Uíge, onde receberam assistência médica. Além dos feridos, a chuva destruiu 16 residências, uma escola do I ciclo, dois postes de iluminação pública, uma cantina particular, centro de formação profissional, área administrativa e uma sala de aulas do Isced.
O chefe da área de Protecção Civil e Bombeiros explicou ter sido feito o levantamento dos danos causados pelas chuvas e remetidos às estruturas de direito para o devido apoio, visto que, referiu, muitas das vítimas estão alojadas provisoriamente em casas de familiares, amigos e vizinhos.
Para banir as construções em zonas de risco, sinistralidade e outras ocorrências, a área de Protecção Civil e Bombeiros, do Comando Provincial do Uíge, está a desenvolver ciclos de palestras no seio das autoridades tradicionais, líderes comunitários e população em geral, sobre os perigos das chuvas e inundações.
De acordo com Eduardo André Almeida Pereira, a área do Protecção Civil encontra dificuldades para acudir parte dos sinistros que ocorrem por insuficiência de meios de transporte, daí ter solicitado as estruturas de direito no sentido de resolverem a situação, para poderem dar respostas aos acidentes.
Rosa Pato, directora do Centro de Formação Profissional 1º de Maio, localizado no bairro Caquiuia, lamentou os danos causados pelas chuvas na instituição que dirige e lembrou que nesta altura muitos formandos são acomodados em salas provisórias. A chuva destruiu a área onde funcionam os Serviços Provinciais do Inefop, sala de informática, secretaria, carpintaria, canalização e outras. Houve danos materiais avultados. Muitos dos computadores do Centro de Formação Profissional 1º de Maio, mobiliário de escritório e carteiras ficaram destruídos.
Com 216 alunos matriculados, o Centro de Formação Profissional 1º de Maio administra cursos de Canalização, Electricidade, Decoração e Informática. A formação tem a duração de nove meses.
A directora da Maternidade Provincial do Cuando Cubango, Delfina Jamba, lamentou na cidade de Menongue o facto de mulheres gestantes morrerem durante o parto, por preferirem o tratamento tradicional.
Delfina Jamba salientou que a situação é preocupante, tendo em conta o número de óbitos que se registam entre parturientes que evitam as consultas pré-natais e recorrem a parteiras tradicionais.
A responsável clínica salientou que boa parte destas mulheres, além de não terem um acompanhamento durante o pré-parto, preferem dar à luz em casa, acorrendo a uma maternidade apenas quando há alguma complicação. A Maternidade Provincial do Cuando Cubango realizou, entre Janeiro e Setembro deste ano, 1.525 partos, dos quais resultaram 1.442 nados vivos e 83 óbitos.
Delfina Jamba disse que, no período em causa, a instituição fez o registo de 29 mortes maternas e 43 cortes de transmissão vertical, uma terapia que serve para evitar o contágio do vírus da sida de mãe para filho durante o parto, e realizou 108 cesarianas. A directora informou que, no período em referência, 3.873 mulheres grávidas acorreram ao Centro de Aconselhamento de Testagem Voluntária, sendo 177 diagnosticadas com sida. Em relação ao banco de urgência da maternidade, Delfina Jamba referiu que, de Janeiro a Setembro, recebeu 3.979 pacientes, com destaque para partos, consultas pré-natais e planeamento familiar.
Em 2015, a maternidade realizou 2.079 partos, com 1.911 nados vivos e 168 mortes. Foram ainda registadas 226 cesarianas, 38 mortes maternas, 72 mulheres grávidas com VIH/Sida e 65 casos de corte de transmissão vertical.
O funcionamento da unidade hospitalar, com 42 camas de internamento, é assegurado por 137 trabalhadores, dos quais um médico, sete enfermeiros licenciados, 66 técnicos de enfermagem e 55 trabalhadores administrativos.
A maternidade presta serviços de consulta pré-natal, planeamento familiar e vacinação.