Bonds financiam infra-estruturas básicas
Comissão de Mercado de Capitais assinou memorando com a banca comercial
O Projecto Bonds, um mecanismo financeiro que o Governo pode utilizar para emitir obrigações em investidores nacionais e internacionais, pode financiar investimentos em infra-estruturas públicas ligados à energia, águas, saneamento, transportes rodoviários e ferroviários, assegurou a presidente do Conselho de Administração do Mercado de Capitais (CMC).
No quadro do projecto destinado ao financiamento de projectos de infra-estruturas públicas, por intermédio de parcerias público-privadas, a CMC e os bancos Económico, Millennium Atlântico e Standard Bank de Angola assinaram quintafeira, em Luanda, um memorando de entendimento.
O documento foi rubricado pela presidente do Conselho de Administração da CMC, pelo Presidente da Comissão Executiva do Banco Económico, Sanjay Bhasin, além dos representantes do Millennium Atlântico e Standard Bank de Angola, Cymron Bacil e Vanessa Rodrigues, respectivamente.
Vera Daves disse na ocasião que o mecanismo financeiro vai incluir o engajamento dos fundamentos de mercado do sector privado no financiamento de infra-estruturas ou projectos que tenham um grande potencial de rentabilidade, com custos facilmente incorporáveis. “Financiar projectos de infra-estruturas, recorrendo ao mercado de capitais, através da emissão de obrigações que são específicas para financiar este tipo de projectos, é isso que significa o Projecto Bonds nas obrigações, para financiamento de projectos estruturantes que, em princípio, seriam apenas a cargo do Estado, mas que se recorra às parcerias públicoprivadas”, esclareceu. Até ao momento, ainda não foram identificados os projectos, mas com a assinatura do memorando de entendimento, a Comissão de Mercado de Capitais e os bancos comerciais começam o trabalho de prospecção. “Identificados os projectos, a CMC passa a simples promotor e, quando a prospecção estiver concluída, os bancos serão livres de organizar os títulos de emissão específicos”, referiu. A gestora da CMC disse que os planos operativos vão ser discutidos à posterior, “mas o que tem de ficar claro é fazer com que os fundamentos de mercado aconteçam o mais livremente possível”.
A CMC pretende tornar uma realidade a emissão de obrigações, recorrendo aos organismos do mercado de capitais, tendo em conta as expectativas dos investidores.
A materialização deste projecto vai abranger todos os bancos comerciais que queiram colaborar e partilhar o seu “know-how”, para identificarem os projectos.
No âmbito da preparação do mercado accionista, todos os envolventes continuam a dialogar, para que o projecto de capitais seja um sucesso no país.“Os bancos vão usar o seu “know-how” e respectivas estruturas para ajudar a identificar um projecto a ser financiado pela via do mercado de capitais”, precisou.
O director da direcção da banca de investimento do Banco Económico, Jeorge Ramos, referiu que a sua instituição é o principal financiadorda economia angolana nas suas mais variadas vertentes.
No ponto de vista técnico, disse o bancário, os bancos estão preparados para implementar o Project Bonds, que aparece como um elemento complementar aos financiamentos multilaterais.