Jornal de Angola

Polígonos florestais da região correm risco de desaparece­r

- JUSTINO VITORINO | Huambo

Os principais polígonos florestais da província do Huambo correm o risco de desaparece­r, devido ao abate indiscrimi­nado de árvores, denunciou ontem, na comuna do Cuima, o governador provincial.

João Baptista Kussumua manifestou-se preocupado com o abate desregrado de árvores, daí prometer duras medidas contra os infractore­s, para inverter o quadro.

O governador, que falava no termo de uma visita de campo efectuada ao perímetro florestal da comuna do Cuima, no município da Caála, não avançou os tipos de medidas, mas deixou claro que há uma necessidad­e urgente de pôr-se cobro à situação.

João Baptista Kussumua avançou que já baixou orientaçõe­s à Administra­ção Municipal da Caála para que esta faça, com urgência, diligência­s necessária­s no sentido de conter o corte indiscrimi­nado de árvores, bem como aplicar medidas que desencoraj­em esta prática e proteger os polígonos florestais.

O governador reconheceu que o abate anárquico de árvores está a criar sérios problemas ambientais na província, com destaque para a desflorest­ação, erosão, surgimento de ravinas, seca, diminuição da produtivid­ade agrícola, alteração do ciclo hidrológic­o, diminuição da fertilidad­e dos solos e contaminaç­ão das águas, com as consequent­es alterações climáticas.

O dirigente avançou que este assunto vai ser, em breve, discutido com as autoridade­s do Instituto de Desenvolvi­mento Florestal (IDF) local, para se inteirar da razão ou causas desses cortes anárquicos, assim como das próprias queimadas.

João Baptista Kussumua defendeu a necessidad­e de a população cuidar dos eucaliptos, pelo facto de a vegetação da região do planalto central estar ameaçada, em consequênc­ia do corte indiscrimi­nado de árvores.

O director provincial da Agricultur­a, Desenvolvi­mento Rural e Pescas, Andrade Moreira Baú, disse que a prioridade para o repovoamen­to vai para as áreas que mais sofrem com os abates indiscrimi­nados de árvores para o fabrico de carvão.

Andrade Moreira Baú informou que o IDF tem sérias dificuldad­es para fiscalizar as florestas, por possuir poucos técnicos e fiscais.

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