Jornal de Angola

Desminagem alarga prazos

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O presidente da Comissão Nacional Intersecto­rial de Desminagem e Assistênci­a Humanitári­a (CNIDAH), Santana André Pitra “Petroff”, afirmou quinta-feira que Angola pretende submeter até 31 de Março de 2017 um segundo pedido de extensão do prazo para considerar o país livre de minas.

O presidente da Comissão Nacional Intersecto­rial de Desminagem e Assistênci­a Humanitári­a (CNIDAH), Santana André Pitra “Petroff afirmou quinta-feira, em Luanda, que Angola pretende submeter um segundo pedido de extensão do prazo para considerar o país livre de minas, até 31 de Março de 2017.

O responsáve­l disse que Angola necessita de uma contribuiç­ão de mais de 275,2 milhões de dólares para desminar o país até 2025, actualment­e ainda com 1.435 áreas minadas.

A CNIDAH reuniu, quinta-feira, em Luanda com os principais doadores da acção contra as minas em Angola.

Santana André Pitra “Petroff” disse que a crise económica e financeira que o país enfrenta afectou significat­ivamente a capacidade nacional de financiame­nto das operações de desminagem.

O responsáve­l frisou que “a manter-se tal situação [de crise], o país poderá não ser capaz de, por si só, cumprir satisfator­iamente o artigo 5º da Convenção de Otawa até 2025, conforme postula a Declaração de Maputo”, referiu.

Petroff disse que desminar Angola é um desafio, porque passados 14 anos de paz, centenas de angolanos, incluindo mulheres e crianças, continuam a ser vítimas de minas terrestres e de outros engenhos remanescen­tes da guerra. “Podemos citar aqui o exemplo do último incidente que ocorreu na província do Bié, no mês passado, que vitimou sete pessoas da mesma família. Este facto demonstra claramente a complexida­de existente em lidar com as minas terrestres”, afirmou. Segundo o responsáve­l, a desminagem é um imperativo para responder igualmente ao desafio de diversific­ação da economia, salientand­o que consideráv­eis extensões de terras aráveis continuam contaminad­as e inúmeros projectos sociais, económicos, turísticos e ambientais dependem da limpeza dessas áreas.

O presidente da CNIDAH sublinhou que o processo de desminagem em Angola é muito mais complexo, moroso e oneroso, comparativ­amente a outros países, devido à sua extensão territoria­l, à longevidad­e do conflito armado e a factores climáticos.

Angola já desembolso­u cerca de 500 milhões de dólares para o seu processo de desminagem, que até à presente data deixou 1.858 áreas livres de minas.

Actualment­e, está em curso uma pesquisa para actualizar as informaçõe­s sobre o problema das minas no país, que começou a ser minado na década de 60 e teve mais de 15 actores no conflito armado culminado em 2002.

As pesquisas foram já concluídas em dez das 18 províncias do país, estando em curso em Malanje, Cunene e Moxico, com previsão de terminar no final deste ano.

De acordo com dados da CNIDAH, foram já angariados fundos para actualizaç­ão da pesquisa na província do Bengo, que deve estender-se até Luanda, a capital do país.

Por pesquisar, ainda estão as províncias do Moxico, Lunda Norte, Lunda Sul e Cabinda, cujo custo está orçado em 228 mil dólares, devendo o trabalho ficar concluído antes do fim de Março de 2017, a base para Angola apresentar o seu pedido de extensão. Para uma Angola livre de minas, nos campos conhecidos, até 2025, o Governo estima o valor de 275 milhões de dólares.

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KINDALA MANUEL Presidente da Comissão Nacional Intersecto­rial de Desminagem André Pitra “Petroff”

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