Jornal de Angola

Posição de Bruxelas é condenada na RDC

UNIÃO EUROPEIA AMEAÇA KINSHASA COM SANÇÕES INDIVIDUAI­S

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As autoridade­s da República Democrátic­a do Congo manifestar­am ontem a sua preocupaçã­o perante as declaraçõe­s da União Europeia (UE) e reprovaram a ameaça de sanções a figuras ligadas ao Governo de Kinshasa se as eleições gerais não forem realizadas no próximo ano. Fazendo referência a fontes próximas do Governo, a imprensa local refere que “a posição de Bruxelas, sede da União Europeia, contribui para o agravament­o do clima de inseguranç­a e está muito distante da postura da UE, que deve primar por práticas que ajudem à estabilida­de e entendimen­to entre os políticos” da RDC. A União Europeia adverte o Governo de Kinshasa que os prazos eleitorais devem ser cumpridos. Segundo fontes diplomátic­as, em caso de incumprime­nto, Bruxelas vai avançar com sanções individuai­s aos que se opuserem a esse processo.

As autoridade­s do Congo Democrátic­o manifestar­am ontem a sua preocupaçã­o perante as declaraçõe­s da União Europeia (UE) e reprovaram a ameaça de sanções a figuras ligadas ao Governo de Kinshasa, se as eleições gerais não forem realizadas no próximo ano.

A imprensa local refere, fazendo referência a fontes próximas do Governo, que “a posição de Bruxelas, sede da União Europeia, contribui para o agravament­o do clima de inseguranç­a e está muito distante da postura da UE, que deve primar por práticas que ajudam a estabilida­de e entendimen­to entre os políticos”.

A União Europeia adverte o Governo de Kinshasa que os prazos eleitorais devem ser cumpridos. Segundo fontes diplomátic­as, em caso de incumprime­nto, Bruxelas vai avançar com sanções individuai­s aos que se opuserem a esse processo.

Por ocasião de uma reunião em Luxembrugo, os ministros dos Negócios Estrangeir­os da UE vão pedir a Federica Mogherini, chefe da diplomacia da bloco, para “começar a identifica­r as diferentes personalid­ades tidas como opositoras à realização de eleições, com vista a possíveis sanções”, explicou um diplomata europeu.

“Temos necessidad­e de elementos de provas suficiente­s sólidos para os sancionar”, acrescento­u o diplomata que não foi identifica­do no artigo. Os alvos, entretanto, não foram citados, mas sabe-se que alguns políticos ligados ao Governo já foram sinalizado­s.

A União Europeia espera condenar a violência mortífera ocorrida na RDC, em particular em Kinshasa, em 19 e 20 de Setembro, quando a situação mudou radicalmen­te nesse país da África Central, segundo outro diplomata europeu.

A eclosão de violência, que causou pelo menos 50 mortos, segundo a ONU, foi a pior desde Janeiro de 2015, em Kinshasa.

A onda de violência eclodiu após a expiração do prazo determinad­o pela Constituiç­ão ao Presidente, Joseph Kabila, para convocar as eleições presidenci­ais três meses antes do fim de seu mandato. O mandado termina a 20 de Dezembro.

Joseph Kabila, no poder desde 2001, foi reeleito em 2011. A Constituiç­ão impede-o de concorrer a mais um mandato.

O incumprime­nto do prazo para convocar as eleições provocou manifestaç­ões de hostilidad­e ao Presidente, que foram reprimidas, tendo vários polícias sido mortos pelos opositores. Os 28 membros da UE, que já tinham manifestad­o em Maio profunda preocupaçã­o com a situação na RDC, esperam do Governo de Kinshasa a organizaçã­o de eleições presidenci­ais e legislativ­as no mais curto espaço de tempo possível durante o ano de 2017.

No início de Outubro, a Bélgica tinha já decidido limitar a seis meses no máximo a duração dos vistos concedidos aos detentores de passaporte­s diplomátic­os da RDC.

Os Estados Unidos adoptaram a 28 de Setembro sanções financeira­s contra dois altos responsáve­is militares próximos de Joseph Kabila, acusados de subverter o processo democrátic­o. Trata-se dos generais Gabriel Amisi Kumba, comandante das Forças Armadas (FARDC) para a primeira zona de defesa do país, e de John Numbi, antigo inspector da Polícia Nacional.

As autoridade­s congolesas anunciaram medidas políticas e técnicas, a nível eleitoral, para controlar os ânimos e estabiliza­r o país. O Presidente Joseph Kabila prometeu realizar uma condução abrangente que inclua as várias sensibilid­ades e garanta um processo livre e justo.

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