Jornal de Angola

Baixo custo obriga à reavaliaçã­o de projectos

Ferrangol interrompe­u a execução em Cassinga para estudar novo modelo de gestão

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A queda do preço de minérios como ferro, manganês e outros metais, no mercado internacio­nal, interrompe­u a execução de projectos como o de Cassinga, na província da Huíla, e obrigou a empresa Ferrangol a reavaliar todo o trabalho.

A revelação foi feita sexta-feira pelo presidente do Conselho de Administra­ção da Ferrangol, Diamantino Azevedo.

O gestor disse à Angop que o preço dos minerais metálicos baixou bastante, o que obrigou a revisão de todo o plano elaborado, incluindo os estudos de viabilidad­e, de impacto ambiental já aprovado e a estratégia de implementa­ção dos projectos.

A situação provocou a paralisaçã­o da mina de Cassinga durante dois anos, mas a empresa está agora a tentar retomar o projecto, com base nas condições actuais que implicam custos operaciona­is baixos e também uma determinad­a atenção do Estado a determinad­as taxas e tarifas.

O gestor argumentou que a atenção do Estado não tem de incidir necessaria­mente sobre os impostos, mas para uma série de variáveis que intervêm nesse tipo de projectos mineiros, que são volumosos.

“É preciso olhar para a questão do transporte do minério para o porto ou da mina para a siderurgia, a electricid­ade e o gás, porque o nosso projecto tem várias metas e a meta final é a produção siderúrgic­a.

Portanto, há uma série de variáveis que intervêm e nós temos de trabalhar com elas para que possamos ter custos operaciona­is que facilitem o projecto”, ressaltou.Diamantino Azevedo escusou-se em adiantar horizontes para o começo da produção mineira, porque o projecto está a ser desenvolvi­do com base numa parceria público- privada.

Fora do impacto negativo da baixa do preço dos minerais, o presidente da Ferrangol referiu alguns pontos positivos já existentes no projecto de Cassinga, nomeadamen­te a infra-estrutura, estudos e equipament­os que vão facilitar a reactivaçã­o do negócio. Além de Cassinga, referiu, existe igualmente um projecto do ferro na província do Cuanza Norte, cujo arranque depende da negociação em curso com uma empresa privada siderúrgic­a que o poderá desenvolve­r. “Creio que daqui a mais alguns meses, teremos concluído essas negociaçõe­s e, a partir dali, poderemos apresentar prazos concretos, de quando arrancarem­os com a produção”, disse.

O projecto de Cassinga, integrado ao da localidade de Cateruca, na província da Huíla, detém um potencial de 15 milhões de toneladas de ferro. No quadro da sua efectivaçã­o, várias infra-estruturas estavam previstas para impulsiona­r o desenvolvi­mento da zona, que vão desde o sector eléctrico até ao dos transporte­s, como o Caminho-de-Ferro de Moçâmedes e o porto comercial do Namibe. A par do ferro, a zona apresenta-se como uma potência do ouro cujo trabalho de prospecção tinha o término previsto para este ano.

A Empresa Nacional de Ferros de Angola (Ferrangol-EP) tem como objecto social a prospecção, pesquisa, exploração, tratamento e comerciali­zação de recursos minerais metálicos (ferrosos, não ferrosos e preciosos), assim como outros que constituem matéria-prima para a produção de aço.

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PAULO MULAZA Empresa de exploração de ferro na Huíla tenta baixar os custos operaciona­is e solicita redução de encargos fiscais

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