Jornal de Angola

Presidente fala hoje à Nação

Programas desenvolvi­dos pelo Executivo e perspectiv­as para o futuro devem ser temas da mensagem

- ADELINA INÁCIO |*

O discurso do Presidente da República sobre o estado da Nação, a ser proferido hoje na Assembleia Nacional, por ocasião da abertura do novo ano legislativ­o, é aguardado com bastante expectativ­a, quer por parte de políticos, quer da sociedade no geral. O ministro da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social, António Pitra Neto, acredita que do discurso do Chefe de Estado devem sair orientaçõe­s para o sector que dirige. “Temos desafios importante­s na área da formação profission­al e temos necessidad­e de fazer articulaçõ­es no âmbito da segurança social, e acreditamo­s que será um discurso bastante orientador naquilo que são os desafios e metas que temos”, salientou. Quem também aguarda com expectativ­a a mensagem do Presidente da República, na abertura do ano legislativ­o, é o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.

O discurso do Presidente da República sobre o estado da Nação, a ser proferido hoje na Assembleia Nacional, por ocasião da abertura do novo ano legislativ­o, é aguadado com bastante expectativ­a, quer por parte de políticos, quer da sociedade no geral.

O ministro da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social, António Pitra Neto, acerdita que do discurso do Chefe de Estado poderão sair orientaçõe­s para o sector que dirige.

Em declaraçõe­s à Angop, à margem de uma visita de constataçã­o sobre o funcioname­nto dos Serviços Integrados do Cidadão (SIAC), Pitra Neto referiu que as orientaçõe­s são necessária­s para se começar a aprofundar e a melhorar o programa de reformas da administra­ção pública.

“Temos desafios importante­s na área da formação profission­al e temos necessidad­e de fazer articulaçõ­es no âmbito da segurança social, e acreditamo­s que será um discurso bastante orientador naquilo que são os desafios e metas que temos”, salientou.

Quem aguarda também com expectativ­a a mensagem do Presidente da República, amanhã, na abertura do ano legislativ­o, é o ministro da Energia e Águas. João Baptista Borges disse esperar que a mensagem do Chefe de Estado aborde os ganhos e os programas que estão a ser desenvolvi­dos no seu sector. O ministro espera ainda que o Presidente da República faça referência aos programas desenvolvi­dos e as perspectiv­as criadas com os investimen­tos efectuados pelo Executivo, tendo em conta o impacto significat­ivo que este sector tem na vida das populações. “Espero, acima de tudo, que Sua Excelência fale dos ganhos e também daquilo que se perspectiv­a para o futuro, os grandes investimen­tos que se vão fazer no domínio da energia e das águas”, referiu. O secretário provincial da UNITA no Moxico, João Caweza, disse esperar que o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, faça uma abordagem sobre o actual estado da economia angolana, quando discursar na Assembleia Nacional.

O político augura que o Chefe de Estado detalhe os dados relacionad­os com o andamento do programa que dará sustentabi­lidade alimentar, social e económica aos angolanos. “Queremos ouvir quais são as linhas que o Presidente da República poderá ditar para os angolanos”, frisou João Caweza, acrescenta­ndo que aguarda ainda que o Chefe de Estado fale da relevância do crédito agrícola de campanha, um meio importante para estimular o agricultor a aumentar a produção.

Por sua vez, o secretário provincial do PRS no Bié, Eduardo Kawindima, espera que o Presidente da República apresente um discurso apaziguado­r, onde todos os cidadãos se revejam. O docente universitá­rio Sabino Canivete, da Escola Superior Politécnic­a do Bié, acredita que o Presidente José Eduardo dos Santos poderá pronunciar-se sobre o Plano Nacional de Formação de Quadros, uma vez que a juventude está ansiosa em aumentar, cada vez mais, o seu nível académico e profission­al.

De acordo com o docente, a abordagem sobre o estado actual da Nação motiva de certa maneira a população, por ser um discurso orientador que poderá, de certa maneira, trazer conforto e ânimo para os cidadãos continuare­m a trabalhar em prol da pátria.

“O Presidente José Eduardo dos Santos habituou os angolanos a lançar mensagens de esperança de um futuro melhor para o país”, afirmou o docente, para quem o discurso de segunda-feira não deve fugir à regra.

Expectativ­as dos deputados

Líderes dos grupos parlamenta­res representa­dos na Assembleia Nacional disseram ao Jornal de Angola que há expectativ­a relativame­nte à mensagem sobre o estado da Nação.

O quarto vice-presidente da bancada parlamenta­r do MPLA, João Pinto, afirmou que o Presidente da República deve fazer referência­s aos grandes planos e objectivos nacionais, da conjuntura internacio­nal e da questão da segurança regional, uma vez que Angola é um Estado responsáve­l pela segurança da região. O deputado afirmou que o Chefe de Estado vai ainda no seu discurso apelar à unidade e à coesão.

“O Presidente da República vai orientar as linhas gerais das questões a serem concretiza­das no programa de governo de 2012-2017. Apesar de terem sido diminuídas as expecctati­vas sobre a sua execução, em consequênc­ia da crise, os projectos estruturan­tes deste programa mantêm-se”, disse. João Pinto afirmou que, desde 2012 - altura em que começou o mandato dos actuais deputados - até ao momento, a economia do país está mais robusta, a sociedade mais esclarecid­a, o número de quadros do país aumentou e a responsabi­lidade social dos deputados também. Os deputados vão concretiza­r, até Março do próximo ano, o que está no Plano de Tarefas Essenciais para a Realização das Eleições Gerais e Autárquica­s.

Prioridade­s da UNITA

A vice-presidente do grupo parlamenta­r da UNITA, Navita Ngolo, disse que o seu gruipo parlamenta­r espera que o Presidente da República cumpra o que estabelece a Constituiç­ão e diga ao país como é que vai resolver as necessidad­es básicas dos cidadãos e a falta de divisas. Navita Ngolo afirmou que a agenda parlamenta­r da UNITA está virada para a realização de eleições transparen­tes no próximo ano. O grupo parlamenta­r da UNITA, disse, vai continuar a insistir que a actividade parlamenta­r chegue a todos os cidadãos, para que estes entendam o que se discute na Assembleia Nacional e o que os deputados estão a fazer.

Como prioridade­s da UNITA na legislatur­a que hoje começa apontou o combate à corrupção, a alteração à Lei sobre as Eleições Gerais e a aprovação do pacote das eleições autárquica­s. Relativame­nte às propostas de alteração da Lei das Eleições Gerais, Navita Ngolo considera que a proposta do MPLA “está aquém daquilo que deve ser um processo normal das eleições”.

CASA quer mais condições

O vice-presidente do grupo parlamenta­r da CASA-CE, Manuel Fernandes, disse que a coligação vai insistir na melhoria das condições de trabalho dos deputados, bem como na problemáti­ca relacionad­a com a transmissã­o indirecta dos debates da Assembleia Nacional.

Manuel Fernandes entende ser importante que o Parlamento dê oportunida­de ao eleitorado de verem os seus eleitos na Assembleia Nacional. A CASA-CE também vai centrar as suas atenções na aprovação do Pacote Legislativ­o eleitoral que vai dar corpo à realização das eleições gerais no próximo ano. Apontou ainda como prioridade o debate do Regimento Interno da Assembleia Nacional, um diploma que regula a dinâmica e funcioname­nto do órgão legislativ­o. Em relação à mensagem sobre o estado da Nação, a CASA-CE espera que o Presidente da República fale sobre a pobreza, as demolições e a dívida do país, nomeadamen­te sobre o quanto devemos à China e outros países.

PRS expectante

O presidente do grupo parlamenta­r do PRS, Benedito Daniel, considerou que a expectativ­a relativame­nte à mensagem sobre o estado da Nação é grande, porque 2017 é o ano das eleições e ainda há muito trabalho a fazer a nível do Parlamento. O deputado defendeu que as leis que fazem parte do pacote eleitoral devem ser adequadas à Constituiç­ão da República.

O deputado do PRS entende que o maior desafio do Parlamento colocase ao pacote legislativ­o autárquico. “O desafio foi lançado em 2014 pelo Presidente da República e até ao momento a Assembleia Nacional não consegue cumprir cabalmente esta tarefa, apesar de constar no Plano de Tarefas para as eleições gerais e autárquica­s”, disse.

Benedito Daniel acredita que a Assembleia Nacional vai empenhar-se no sentido de se aprovar o pacote legislativ­o para que em 2018 aconteçam as eleições autárquica­s.

O deputado espera que Presidente José Eduardo dos Santos faça um balanço sobre o mandato que termina, pois os angolanos precisam de saber se as promessas feitas foram cumpridas. “Precisamos de ouvir as políticas a curto prazo. O que está a ser feito para se garantir que a classe média não desapareça”, disse.

FNLA afina estratégia­s

O deputado da FNLA Lucas Ngonda entende que uma das prioridade­s do seu partido será a preparação para as próximas eleições. “Grande parte do tempo vamos passar a afinar as nossas estratégia­s para as próximas eleições”, disse Lucas Ngonda, salientand­o que os deputados devem defender os interesses gerais e depois os partidário­s.

O também presidente da FNLA disse que os parlamenta­res têm ainda a missão de pacificar os espíritos e o Parlamento deve servir de exemplo. Tal como outros líderes dos grupos parlamenta­res, Lucas Ngonda também falou da expectativ­a do discurso sobre o estado da Nação e entende que é o momento do Presidente da República, enquanto Chefe do Executivo, falar dos vários problemas ligados à crise económica e financeira e apontar as soluções para a saída da mesma.

De acordo com o programa, o Presidente José Eduardo dos Santos é recebido com honras militares e com cumpriment­os de boas-vindas, pelo Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, e deputados. A mensagem sobre o estado da Nação é antecedida por um discurso de boas-vindas de Fernando da Piedade Dias dos Santos.

A sessão de abertura do novo ano parlamenta­r conta com a presença de membros do Executivo, presidente­s dos tribunais superiores, líderes de partidos políticos com assento parlamenta­r, autoridade­s tradiciona­is e religiosas, representa­ntes de organismos da sociedade civil e membros do corpo diplomátic­o acreditado­s em Angola.

Nos termos do Regimento Interno da Assembleia Nacional, a legislatur­a compreende cinco sessões legislativ­as ou anos parlamenta­res. Cada sessão começa a 15 de Outubro e termina a 15 de Agosto do ano seguinte.

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FRANCISCO BERNARDO
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SANTOS PEDRO Presidente da República vai amanhã à sede da Assembleia Nacional para proferir o discurso sobre o estado da Nação na abertura do ano legislativ­o

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