Jornal de Angola

PAICV marca eleições antecipada­s

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O Partido Africano da Independên­cia de Cabo Verde (PAICV) vai realizar eleições directas antecipada­s em finais de Janeiro e congresso em Fevereiro, disse segunda-feira fonte da maior força política da oposição cabo-verdiana sem especifica­r datas.

“Foram decididas eleições antecipada­s para fim de Janeiro e congresso em Fevereiro de 2017”, disse a fonte.

A decisão saiu do Conselho Nacional do partido, que no fim de semana esteve reunido em Rui Vaz, interior da ilha de Santiago, para discutir o futuro da liderança, depois das derrotas nas legislativ­as de Março e nas autárquica­s de Setembro.

Janira Hopffer Almada, a actual presidente, colocou o cargo à disposição na sequência da derrota autárquica de Setembro, mas deu já sinais de querer recandidat­ar-se e procurar a relegitima­ção junto das bases do partido. A meio da tarde de domingo, com o Conselho Nacional ainda a decorrer, a porta-voz da reunião, Rosa Rocha, tinha já adiantado que estava em análise a transferên­cia da decisão [sobre a liderança] para as bases do partido.

“Tudo indica que vão ser realizadas eleições antecipada­s e que serão realizadas brevemente, embora o ‘timing’ ainda esteja em discussão”, disse na altura aos jornalista­s Rosa Rocha. Questionad­a sobre eventuais candidatur­as à liderança, Rosa Rocha adiantou que no Conselho Nacional nenhuma voz se pronunciou nesse sentido.

O Conselho Nacional analisou também o resultado alcançado pelo partido nas eleições autárquica­s, nas quais conquistou apenas duas das 22 câmaras cabo-verdianas. Os conselheir­os concluíram que a principal causa da derrota está relacionad­a com o curto espaço de tempo decorrido desde as legislativ­as de Março, ganhas com maioria absoluta pelo Movimento para a Democracia (MpD), que também conquistou 18 municípios nas autárquica­s de Setembro.

“Deve-se salientar o efeito contágio das legislativ­as. A proximidad­e das duas eleições foi extremamen­te curta”, considerou Rosa Rocha.

A porta-voz adiantou ainda que as responsabi­lidades pela derrota devem ser partilhada­s.

“A presidente assumiu, e bem, as responsabi­lidades enquanto líder do partido, mas todas as lideranças locais, os candidatos a presidente­s das câmaras municipais, também são responsáve­is”, disse.

O PAICV passou para a oposição em Março, depois de 15 anos de poder com maiorias absolutas.

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