Criação de gado e aves melhora segurança alimentar
Perdas pós-colheita dificultam a distribuição de bens e serviços no seio das famílias angolanas
O aumento da actividade de criação de aves, gado bovino, suíno e caprino e a produção de cereais e tubérculos está a melhorar, gradualmente, a situação da segurança alimentar no país, afirmou o director nacional do Gabinete de Segurança Alimentar do Ministério da Agricultura, David Tunga.
O director comentou que o aumento da criação de gado e de aves, para a produção de ovos e frangos, faz com que as pessoas tenham mais possibilidade de completar a dieta alimentar com proteína animal.
Sem avançar dados comparativos do ano agrícola 2015, o director reconheceu que este ano se regista um aumento na produção de aves, gado, cereais (milho e arroz) e de tubérculos (mandioca, batata-doce e rena). “As perspectivas deste ano centramse essencialmente no aumento da produção e na inserção do maior número de famílias camponesas no processo produtivo”, referiu.
David Tunga disse que a intervenção do Governo na captação e distribuição de água, na reabilitação de estradas, na implantação de perímetros irrigados e na criação de pequenas agro-indústrias tem sido fundamental para o aumento e escoamento dos produtos alimentares dentro do país.
Para garantir o reforço da segurança alimentar no país, o Executivo continua a gizar programas que assegurem a produção de sementes, hortícolas e a distribuição de insumos e equipamentos agrícolas, para aumentar a produtividade no seio familiar e no sector empresarial, referiu o responsável. Ontem, foi realizado no Projecto de Desenvolvimento Hidro-agrícola e Regional da Quiminha, no município de Icolo e Bengo, em Luanda, uma cerimónia para saudar o Dia Mundial da Alimentação.
A decorrer sob o lema “O clima está a mudar: a alimentação e a agricultura também”, a celebração da data em Angola foi antecedida de um seminário, que abordou a importância da segurança alimentar no sector agrícola. No acto, foram feitas também as perspectivas do período 2016/2017, apresentados os programas relacionados com a produção avícola e foi enaltecido o papel da mulher rural angolana no sustento das famílias, no aumento da produção agrícola e na diversificação da economia.
Dia Mundial da Alimentação
Quanto à celebração do Dia Mundial da Alimentação, o responsável destacou a abordagem de temas sobre a evolução do sector alimentar nacional, como o de produção agrícola, pecuária e industrial e de políticas sobre o combate à fome e pobreza no país, como temas que marcaram a data.
O Dia Mundial da Alimentação celebra-se anualmente a 16 de Outubro e marca a data da fundação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em 1945. A comemoração desta data visa alertar para a necessidade da produção alimentar e reforço da necessidade de parcerias a vários níveis, alertando para a problemática da fome, da pobreza e da desnutrição no mundo, assim como para o reforço da cooperação económica e técnica entre os países em desenvolvimento.
Promover a transferência de tecnologias para os países em desenvolvimento e encorajar a participação da população rural na tomada de decisões que influenciem as suas condições de vida, também, constam dos objectivos do Dia Mundial da Alimentação. O desperdício alimentar e as perdas pós-colheita têm dificultado a distribuição de bens e serviços no seio das famílias angolanas, disse David Tunga, argumentando que essa prática, menos correcta, se regista constantemente, prejudicando as pessoas mais necessitadas.
O responsável apontou a falta de uma agro-indústria desenvolvida no país, a insuficiência da capacidade de processamento, transformação e conservação da produção nacional como os principais factores que provocam as perdas pós-colheita.
O director nacional do Gabinete de Segurança Alimentar do Ministério da Agricultura garantiu que o sector que dirige vai continuar a combater o desperdício alimentar, através de acções de sensibilização e de educação das comunidades, visando melhorar a distribuição de produtos alimentares, apoiar a agricultura familiar e o sector privado, para aumentar a produção e garantir a segurança alimentar da população.
David Tunga apela às famílias e aos empresários a redobrarem esforços, para aumentarem as áreas de produção, evitarem perdas pós-colheita e investirem na capacidade da agro-indústria, para alavancarem e absorverem os excedentes da produção camponesa, organizando o segmento do mercado de comercialização para que os produtos alimentares satisfaçam as necessidades dos consumidores.