Jornal de Angola

Reforçada intervençã­o no Hospital do Cuemba

- MATIAS DA COSTA |

A transferên­cia de doentes em estado grave, do Hospital Municipal do Cuemba para outras unidades do Bié com maiores valências, é feita com maior segurança após o estabeleci­mento local ter recebido, terçafeira, uma ambulância.

Entregue pelo governador provincial do Bié, Boavida Neto, a ambulância dá impulso à actividade de transferên­cia de doentes e contribuir para a diminuição de mortes ao longo do trajecto.

O governador provincial incentivou os técnicos do Hospital Municipal para se dedicarem mais e criarem o hábito pelo amor ao próximo na prestação dos cuidados aos pacientes. Boavida Neto salientou que as autoridade­s vão reforçar as unidades clínicas com equipament­os e materiais gastáveis, com vista a assegurar a rapidez no atendiment­o.

“Fruto do recente exame de admissão dos funcionári­os para o sector da Saúde, o hospital vai beneficiar igualmente do reforço do seu corpo clínico”, disse o governador.

O director do Hospital Municipal do Cuemba, Arcanjo Mendes, considerou oportuna a entrega da ambulância e afirma estarem ultrapassa­dos os grandes constrangi­mentos no que diz respeito à transporta­ção e ao socorro de pacientes daquela parcela da província.

“A ambulância representa um meio que consolida o trabalho dos técnicos, assim como vai dar alguma dignidade aos enfermos que necessitar­em de ser transferid­os”, disse Arcanjo Mendes.

As Universida­des 11 de Novembro e Lueji a’Nkonde celebraram ontem, em Cabinda, acordos de cooperação nos domínios de toxicologi­a e de engenharia florestal, para o fortalecim­ento de troca de experiênci­as no processo de ensino-aprendizag­em e na investigaç­ão científica.

Durante a aplicação do acordo, rubricado no domínio de toxicologi­a, a Universida­de Lueji a’Nkonde vai transmitir a experiênci­a que mantém com o Instituto Superior de Butantã do Brasil, na recolha, tratamento e elaboração de soros antiveneno à sua congénere de Cabinda, para a prevenção de doenças causadas pelas mordeduras de serpentes.

O reitor da Universida­de Lueji a’Nkonde, Carlos Claver Yoba, referiu que a reitoria da instituiçã­o que dirige vai criar um serpentári­o na Faculdade de Medicina de Cabinda, para formar técnicos que trabalhem no tratamento de enfermidad­es causadas pelas mordeduras de serpentes.

“Temos assistido à morte de muitos cidadãos em várias regiões do país por falta de soros para o combate de mordeduras de serpentes, dai queremos trazer a Cabinda técnicas de recolha, tratamento e elaboração de soros anti-veneno”, disse. Carlos Yoba referiu que Cabinda possui muitas serpentes e os acidentes com esses animais são frequentes.

A Universida­de Lueji a’Nkonde vai ajudar a Faculdade de Medicina da Universida­de 11 de Novembro a possuir um centro de estudos de investigaç­ão e informação de medicament­os de toxicologi­a, para que as autoridade­s sanitárias da região saibam lidar com doenças causadas pelas serpentes.

A cooperação celebrada na área florestal vai permitir que a Universida­de 11 de Novembro forme estudantes da Lueji a’Nkonde, no ramo de engenharia florestal, para que se trabalhe no processo de investigaç­ão científica para o refloresta­mento das regiões do Quéssua (em Malanje) e nas Lundas Norte e Sul.

O reitor da Universida­de 11 de Novembro, João Fernando Manuel, disse que os acordos assinados vão permitir às duas instituiçõ­es potenciare­m os docentes e estudantes em matéria de toxicologi­a e de refloresta­mento das principais zonas devastadas durante o conflito armado.

Além dos acordos rubricados nos domínios da engenharia florestal e de toxicologi­a, as duas universida­des celebraram uma cooperação para formação de docentes e de troca de experiênci­as nas áreas de Medicina e Pedagogia.

Soro anti-veneno

O Centro de Estudos de Investigaç­ão em Toxicologi­a, da Faculdade de Medicina da Universida­de Lueji a’Nkonde, está a testar em cavalos a vacina anti-veneno para combater doenças causadas por mordeduras de serpentes, antes de ser experiment­ada em seres humanos.

O reitor Carlos Yoba referiu que os estudos de experiment­ação da vacina anti-veneno em cavalos estão bastante avançados, no quadro da parceria com o Instituto Superior de Butantã do Brasil, especializ­ado na recolha, tratamento e elaboração deste tipo de soros.

“Os estudos de testagem estão bastante avançados e neste momento estamos a recolher produtos das serpentes que temos no nosso serpentári­o na Faculdade de Medicina, que estão a ser testados em cavalos e depois de conhecidos os resultados serão aplicados em seres humanos”, disse. No prazo de sete meses, o produto final da vacina anti-veneno vai estar disponível em Angola, para ser experiment­ado em seres humanos.

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KINDALA MANUEL Ambulância dinamiza as transferên­cias

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