Reforçada intervenção no Hospital do Cuemba
A transferência de doentes em estado grave, do Hospital Municipal do Cuemba para outras unidades do Bié com maiores valências, é feita com maior segurança após o estabelecimento local ter recebido, terçafeira, uma ambulância.
Entregue pelo governador provincial do Bié, Boavida Neto, a ambulância dá impulso à actividade de transferência de doentes e contribuir para a diminuição de mortes ao longo do trajecto.
O governador provincial incentivou os técnicos do Hospital Municipal para se dedicarem mais e criarem o hábito pelo amor ao próximo na prestação dos cuidados aos pacientes. Boavida Neto salientou que as autoridades vão reforçar as unidades clínicas com equipamentos e materiais gastáveis, com vista a assegurar a rapidez no atendimento.
“Fruto do recente exame de admissão dos funcionários para o sector da Saúde, o hospital vai beneficiar igualmente do reforço do seu corpo clínico”, disse o governador.
O director do Hospital Municipal do Cuemba, Arcanjo Mendes, considerou oportuna a entrega da ambulância e afirma estarem ultrapassados os grandes constrangimentos no que diz respeito à transportação e ao socorro de pacientes daquela parcela da província.
“A ambulância representa um meio que consolida o trabalho dos técnicos, assim como vai dar alguma dignidade aos enfermos que necessitarem de ser transferidos”, disse Arcanjo Mendes.
As Universidades 11 de Novembro e Lueji a’Nkonde celebraram ontem, em Cabinda, acordos de cooperação nos domínios de toxicologia e de engenharia florestal, para o fortalecimento de troca de experiências no processo de ensino-aprendizagem e na investigação científica.
Durante a aplicação do acordo, rubricado no domínio de toxicologia, a Universidade Lueji a’Nkonde vai transmitir a experiência que mantém com o Instituto Superior de Butantã do Brasil, na recolha, tratamento e elaboração de soros antiveneno à sua congénere de Cabinda, para a prevenção de doenças causadas pelas mordeduras de serpentes.
O reitor da Universidade Lueji a’Nkonde, Carlos Claver Yoba, referiu que a reitoria da instituição que dirige vai criar um serpentário na Faculdade de Medicina de Cabinda, para formar técnicos que trabalhem no tratamento de enfermidades causadas pelas mordeduras de serpentes.
“Temos assistido à morte de muitos cidadãos em várias regiões do país por falta de soros para o combate de mordeduras de serpentes, dai queremos trazer a Cabinda técnicas de recolha, tratamento e elaboração de soros anti-veneno”, disse. Carlos Yoba referiu que Cabinda possui muitas serpentes e os acidentes com esses animais são frequentes.
A Universidade Lueji a’Nkonde vai ajudar a Faculdade de Medicina da Universidade 11 de Novembro a possuir um centro de estudos de investigação e informação de medicamentos de toxicologia, para que as autoridades sanitárias da região saibam lidar com doenças causadas pelas serpentes.
A cooperação celebrada na área florestal vai permitir que a Universidade 11 de Novembro forme estudantes da Lueji a’Nkonde, no ramo de engenharia florestal, para que se trabalhe no processo de investigação científica para o reflorestamento das regiões do Quéssua (em Malanje) e nas Lundas Norte e Sul.
O reitor da Universidade 11 de Novembro, João Fernando Manuel, disse que os acordos assinados vão permitir às duas instituições potenciarem os docentes e estudantes em matéria de toxicologia e de reflorestamento das principais zonas devastadas durante o conflito armado.
Além dos acordos rubricados nos domínios da engenharia florestal e de toxicologia, as duas universidades celebraram uma cooperação para formação de docentes e de troca de experiências nas áreas de Medicina e Pedagogia.
Soro anti-veneno
O Centro de Estudos de Investigação em Toxicologia, da Faculdade de Medicina da Universidade Lueji a’Nkonde, está a testar em cavalos a vacina anti-veneno para combater doenças causadas por mordeduras de serpentes, antes de ser experimentada em seres humanos.
O reitor Carlos Yoba referiu que os estudos de experimentação da vacina anti-veneno em cavalos estão bastante avançados, no quadro da parceria com o Instituto Superior de Butantã do Brasil, especializado na recolha, tratamento e elaboração deste tipo de soros.
“Os estudos de testagem estão bastante avançados e neste momento estamos a recolher produtos das serpentes que temos no nosso serpentário na Faculdade de Medicina, que estão a ser testados em cavalos e depois de conhecidos os resultados serão aplicados em seres humanos”, disse. No prazo de sete meses, o produto final da vacina anti-veneno vai estar disponível em Angola, para ser experimentado em seres humanos.