Luanda prepara marcha
Luanda realiza, no sábado, uma marcha contra a violência e abuso sexual, anunciou ontem, na capital, a vice-presidente da Comissão Administrativa, Mara Quiosa.
Mara Quiosa deu esta informação durante uma palestra dirigida aos administradores dos distritos, professores, estudantes, encarregados de educação, entidades religiosas, crianças e adolescentes, realizada no Instituto Médio Industrial de Luanda (IMEL), no quadro da Campanha Nacional de Reflexão sobre a Violência e Abuso Sexual Contra a Criança que decorre até Dezembro.
A vice-presidente da Comissão Administrativa frisou que a marcha vai contar com a participação do governador da província, Higino Carneiro, e convidou as famílias e a sociedade a juntarem-se nesta iniciativa.
Acrescentou que a denúncia contra a violência é um bem cívico e cabe aos pais a principal responsabilidade de educar a criança.
Mara Quiosa lembrou que queixas de violência contra crianças têm aumentado a cada dia que passa no município de Luanda. Admitiu que, diariamente, se regista acima de dez casos e as autoridades competentes estão a trabalhar para inverter a situação.
Frisou que o Executivo tudo está a fazer para promover acções contra violência e abuso sexual no seio da criança. Mara Quiosa denunciou que tem havido muitos casos no seio das famílias angolanas e em instituições como escolas e creches, onde adultos que cuidam de crianças têm sido os principais agressores.
“Falar de criança é falar do futuro de Angola, uma vez que são elas que vão ditar o destino do país. Uma criança maltratada vai-se reflectir num jovem frustrado, então, temos que ter consciência de que nenhuma violência é justificada e toda a brutalidade tem que ser evitada”, disse.
Mara Quiosa acrescentou que o Executivo pretende, com essa campanha, mobilizar as famílias contra violência e levar os adolescentes a preservarem os valores morais.
Medidas preventivas
Para o responsável do Departamento de Assessoria do Instituto Nacional da Criança (INAC), Humberto Roberto, a melhor forma de prevenção contra o abuso sexual é esclarecer os adolescentes sobre educação sexual, para assegurar uma visão positiva da sexualidade, ensinar sobre a privacidade do corpo.
“Como pais, temos que conversar com os filhos abertamente, ensinálos a recusar propostas indecentes da parte de um adulto, mesmo que esse seja um familiar, porque a maioria dos casos de abuso sexual tem vindo de pessoas mais próximas das vítimas.”
Humberto Roberto acrescentou que “quando nos deparamos com um caso de abuso sexual, devemos denunciar de imediato e encaminhar a vítima a um psicólogo.”