Ross Brawn justifica saída da Mercedes
Ross Brawn afirma que as suas razões de saída da Mercedes estiveram relacionadas com a falta de confiança que tinha em relação a Niki Lauda (actual director não executivo) e a Toto Wolff (director executivo).
As revelações de Brawn – à altura director geral da Mercedes – estão no livro “Total Competition: Lessons in Strategy from Formula 1”, que será, escrito em parceira com o antigo director executivo da Williams Adam Parr, que será lançado em Novembro.
Com oito títulos de campeão do mundo de Construtores e oito de Pilotos resultantes do seu trabalho desde a Benetton à Brawn GP, o inglês deixou em 2013 a Mercedes – que três anos antes tinha comprado a sua equipa levando-o para dirigir o regresso germânico à Fórmula 1.
“O que aconteceu na Mercedes foi que me eram impostas pessoas em quem não podia confiar. Eu nunca sabia o que estavam a tentar fazer”, conta Brawn numa pré-publicação veiculada pelo “GPUpdate”.
“O Niki (Lauda) dizia-me uma coisa e depois eu ouvia que ele estava a dizer outra coisa”, explicou o inglês apontando o chão movediço que sentiu debaixo dos pés: “Eu estava a começar a lidar com pessoas que, em última instância, sentia não poder confiar; pessoas dentro da equipa, que já me tinham falhado no que respeita à sua abordagem”.
A contratação de Paddy Lowe – actual director técnico da Mercedes – foi mais um episódio que minou a confiança de Brawn: “Em meados de 2013, descobri que o Paddy Lowe tinha sido contratado e o contrato fora assinado em Estugarda. Quando confrontei o Toto (Wolff) e o Niki, eles se responsabilizaram um ao outro. Encontrei-me com eles para tirar a limpo e ambos apontaram o dedo um ao outro.”
“Eu não podia confiar nas pessoas, por isso, não vi qualquer futuro a não ser que fosse para uma guerra e as excluísse. Não vi qualquer futuro em pessoas em que não sentia poder confiar”, reforçou Brawn.
Obrigado a falar
Lewis Hamilton foi convocado pela FIA para comparecer na conferência oficial de antevisão do Grande Prémio dos Estados Unidos, marcada para hoje, em Austin. O piloto inglês vai assim reencontrar a imprensa após a controversa conferência de antevisão para o GP do Japão, em que demonstrou estar aborrecido com o formato do evento, além de ter passado o tempo a brincar com as aplicações do Snapchat no telemóvel.
Na altura foi acusado de ter tido uma atitude pouco profissional e infantil. Sentindo-se desrespeitado pelas críticas, o piloto da Mercedes recusou falar com a imprensa no briefing da Mercedes, abandonando o evento.
“Quem ri por último ri melhor. Não estou aqui para responder às vossas questões. (…) Não tenciono participar mais em actos como este”, afirmou na altura.
A FIA não gostou da atitude e como “castigo” convocou o inglês para a habitual conferência de antevisão em Austin. Caso falte à conferência, Hamilton arrisca-se a sanção da Federação.
O piloto britânico está numa disputa renhida com o alemão Nico Rosberg, pela conquista do título mundial em sua posse.